Este sábado amanhece com sabor de novidades. Às 6h39min, o Sol ingressa no signo de Áries, iniciando uma nova estação (o outono sulino) e também um novo ano astrológico. Para a astrologia, o céu desse instante inicial do ano zodiacal, também chamado de Equinócio de Áries, dará o tom do ciclo de tempo que irá até o mesmo período em 2022. Para especular os temas que estarão em evidência, projeta-se esse mapa do céu sobre cada país. No Brasil, pela hora em que ocorre o fenômeno, o signo ascendente do ano é o próprio Áries. Isso reforça a energia impulsiva de movimentos e novos começos e pode atiçar pressas e ansiedades. Porém, em igual medida, outras partes do mapa impõem entregas, esperas e ênfase em atitudes de enfoque social e coletivo. Numa imagem alegórica, podemos querer teimosamente dar uma festa mesmo com a casa suja e desarrumada.
Sim, a afobação e a negação da realidade ainda serão problemas sérios a lidar. Nada de novo ao que já vem ocorrendo pela tensão no céu entre as rupturas de Urano e a conservação de Saturno. Vivemos tempos extremos, em que todo cuidado é pouco, já que tudo envolve dimensões muito amplas. Há um mundo em colapso, há a urgência por mudanças, por isso a prudência torna-se fundamental na condução do barco-nação nessa travessia tempestuosa. Alguns países, pelas características de seus mapas astrológicos, podem conduzir de modo menos traumático esse processo. Infelizmente, o Brasil não pertence a esse time. Tivemos o azar de viver um delírio coletivo – fruto da oposição de Netuno ao Sol virginiano do país – enquanto a pandemia chegava ameaçadora. E passamos a enlouquecer também no trato com a própria Covid. É por isso que esse novo ciclo astrológico, ao reforçar ações impulsivas, traz muita preocupação.
O regente de Áries, Marte, planeta das batalhas, ganha força nesse ano que começa. Como ele se encontra em Gêmeos – coincidindo com as posições da Lua e de Júpiter no mapa astrológico do Brasil –, devemos nos preparar para guerras de narrativas nos baixos e altos escalões. A polarização pode chegar a níveis radicais. Podemos nos perder ainda mais – e desperdiçar energia –, se optarmos por querer ter razão e convencer os outros. Como alento, Marte recebe um bom aspecto de Saturno, que transita em Aquário. O melhor é sair das arenas estéreis de disputas ideológicas e de versões diferentes para os mesmos fatos e responsabilizar-se por ações que visem ao bem comum. Não podemos nos perder em cortinas de fumaça e esquecer do problema maior: proteger-nos da Covid e priorizar os mais vulneráveis, em nome de um futuro que seja humano.
O mapa equinocial traz ainda a presença de Mercúrio, Vênus e Netuno em Peixes, signo anterior a Áries. Sem uma consciente e empática aceitação do que precisamos entregar; sem respeitar as cuidadosas esperas, e, enfim, sem compaixão, corremos o risco de desprezar as possibilidades de superação dos problemas. Áries significa coragem, ação efetiva e audaciosa. É o começo de um novo mundo. Só precisamos saber antes que desejo nos move. Se tal desejo não tocar o coletivo, se não vier impregnado de compreensão e união, seremos dominados pelo individualismo e pela gana de apenas destruir o opositor.
Por tudo isso, o ano que começa é delicado: podemos melhorar muito a situação ou piorá-la, dependendo do foco de nossas prioridades. Outro ponto do mapa reforça que o tema da cura é o mais importante deste ano: o planetoide Quíron na linha do horizonte, em Áries. O assunto segue na próxima.