Um novo e importante momento. É assim que pode ser definida essa segunda passagem de Roger Machado pelo Juventude. Não apenas para o treinador, que uma década atrás ainda engatinhava na função, como para o clube. Em 2014, o time alviverde iniciou a temporada com Geraldo Dellamore. Tinha salários atrasados e um ambiente muito conturbado. E, claro, isso influenciava diretamente no dia a dia do clube, no comando do vestiário.
Roger não seria a minha ficha 1 para o cargo. E talvez nem tenha sido a do clube. Mas foi quem se encaixou melhor dada as circunstâncias do momento, seja no aspecto financeiro ou no conhecimento do grupo e das competições que estão por vir.
Quase todos os que trabalharam com o treinador falam dele como um profissional agregador, estudioso e que mantém ótimo relacionamento no ambiente de trabalho. Foi assim também no trato com a imprensa em 2014. Suas entrevistas costumavam sempre agregar nas informações de quem acompanhava o clube.
Por aqui, neste novo momento, ele terá a chance de recomeçar. E ajudar o Juventude neste ano cercado de expectativas. Dez anos atrás, o aproveitamento de 51% foi deixado em segundo plano. O time jogava pouco e acabou sucumbindo após a parada da Copa do Mundo. Duas derrotas em casa, para Guaratinguetá e Madureira, foram determinantes para a mudança.
Agora, a realidade é completamente diferente. Para todos os envolvidos. E a exigência também é maior. Roger Machado se consolidou como um treinador de Série A. Só que, em nenhum clube conseguiu dar o passo adiante, alongar sua permanência ou ter uma conquista de mudança de patamar. Seja por questões do futebol ou até extracampo.
E aí vai também um recado ao torcedor alviverde: é preciso que as análises recaiam apenas no futebol, no que é mostrado nos treinos e jogos. É ali, e no dia a dia do clube, que o treinador mostra a sua competência.