Os torcedores do Juventude ficaram atônitos. No intervalo da partida diante do Atlético-GO, nas arquibancadas, pareciam não acreditar. Afinal, a perplexidade não era apenas pelo resultado em si ou pela atuação. A mudança de postura tão repentina e a forma como o conjunto compreendeu as ideias propostas por Thiago Carpini eram difíceis de explicar.
O Juventude mudou. E isso já havia ficado claro em Chapecó. Porém, faltava um sinal de que o novo momento poderia fazer o time se recuperar na Série B. E ele veio na noite de quarta-feira, no Alfredo Jaconi. Fazia muito tempo que os jaconeros não deixavam o estádio com tamanha empolgação. Ou, pelo menos, com a perspectiva de algo positivo.
Após a vitória por 3 a 0, os jogadores fizeram questão de enaltecer o trabalho de Thiago Carpini. Repetiram a "virada de chave" para explicar o bom desempenho e citaram muitas vezes a confiança oferecida pelo comandante para que o time pudesse praticar um futebol mais competitivo. E aí está um dos pontos principais dessa evolução. É claro que chama a atenção o fato de a defesa sair com a bola no chão, o time estar melhor organizado e a bola parada ter funcionado. Porém, a postura do Ju sem a bola foi algo fundamental para ter somado os últimos seis pontos.
Com pressão rápida após a perda de bola, intensidade no meio-campo e movimentações mais ajustadas, o Juventude fez de forma simples o que parecia estar tão distante. A defesa, tão questionada, sofreu muito menos. Afinal, mais compactado e com outra dinâmica, o time precisa correr e se expor menos. As individualidades aparecem de forma natural.
Ainda há pontos a evoluir, questões de entrosamento e também necessidades no elenco para que a equipe consiga continuar reprisando atuações deste nível na sequência da Série B. Porém, era preciso dar um sinal de reação. E o Juventude de Carpini superou qualquer expectativa nessas duas primeiras partidas sob o seu comando.