Os treinamentos sem a presença da imprensa — o elo de ligação com o torcedor — viraram rotina nos clubes brasileiros. Essa estratégia tornou-se parte do trabalho da grande maioria dos treinadores na tentativa de evitar que suas ideias cheguem ao adversário antes das partidas. É compreensível e respeitável. No entanto, o que não compreendo é o excesso de atividades com portões fechados, inclusive jogo-treino.
Em Caxias do Sul, a rotina de treinos do Juventude, do técnico Celso Roth, tem poucos momentos em que a imprensa pode acompanhar. A maioria das atividades são fechadas. E tudo isso durante a pré-temporada, ou seja, sem jogos oficiais nas próximas semanas. Por exemplo, nesta quarta-feira (28), o Ju fará um jogo-treino diante do Sindicato dos Atletas sem público e sem imprensa.
O Caxias utilizou a mesma estratégia nos dois primeiros testes da pré-temporada contra o Sindicato dos Atletas e o Grêmio Sub-20. Vale destacar que essa prática não é exclusividade da dupla Ca-Ju. Também é bom salientar que o Caxias, do técnico Thiago Carvalho, tem uma rotina de treinamentos abertos, com exceção das últimas atividades antes dos jogos, o que é aceitável.
Nesse caso de limitar a presença da imprensa no dia a dia, o clube, que tanto pede apoio do torcedor, está restringindo a informação para aquele apaixonado que vai aos jogos ou que é sócio e ajuda na existência da entidade. Cabe a nós jornalistas respeitar e tentar nos adaptarmos.
Porém, se a justificativa para fechar tantos treinamentos é ter mais privacidade por conta do número grande de jornalistas, em Caxias, não há esse problema. No máximo cinco ou seis profissionais acompanham o dia a dia e não atrapalham em nada. Treinos em véspera de jogos, concordo que sejam fechados. Agora, um "jogo-treino secreto" é algo realmente incompreensível.