Dos 12 times que estão na disputa do Gauchão, cinco mudaram de técnico ao final de seis rodadas. Pouco mais de duas semanas após o início da temporada, Grêmio, São José, Juventude e Guarany-Ba se deram conta de que o planejamento para 2022 não havia sido o ideal e os resultados ou desempenhos não estavam agradando. O Noia é um caso um pouco diferente, já que em sua saída, Fabiano Daitx citou a tentativa de interferência da direção na escalação da sua equipe.
O curioso é que o tanto o anilado, como o Grêmio, que nesta segunda-feira (14) trocou Vagner Mancini por Roger Machado, estão ainda invictos na competição. É a total falta de convicção. Afinal, Mancini foi mantido pelo projeto da Série B. Que caiu rapidamente com a pressão da torcida.
É claro que cada caso tem suas peculiaridades, mas para quem acha que o Estadual não importa ou que as pré-temporadas mais curtas não surtem efeito direto no trabalho dos técnicos, a resposta está justamente nesses números. A resposta precisa ser imediata. Se não vencer, vem a pressão. Se o desempenho está ruim, vem os questionamentos. E fica cada vez mais difícil pensar em planejamento a longo prazo.
Por aqui é assim. O futebol brasileiro se baseia quase sempre nos resultados. E aí, fica muito mais fácil mexer no comando do que admitir os erros em contratações ou na análise ao manter o treinador no comando.
Só para reforçar minha opinião, no caso do Juventude, por mais que existissem todas essas variáveis citadas, não via mais Jair Ventura capaz de mudar o cenário ou reconquistar o grupo de jogadores. O tempo de pré-temporada é injusto e atrapalhou o plano, faltaram peças, mas com o que tinha nas mãos, Jair poderia ter mostrado algo a mais. Ou pelo menos tentado mudar o cenário de outra forma, ajustando taticamente o time.
É injusto, mas é a realidade.