No futebol, como em qualquer situação da nossa vida, é preciso voltar atrás em muitos momentos e reconhecer um erro de avaliação. Na função de comentarista esportivo, nem sempre você irá para o caminho correto, até mesmo pela dinâmica como as coisas acontecem, os resultados mudam e o ambiente torna-se completamente diferente.
É o que ocorreu com Marquinhos Santos e o Juventude. Lá atrás, após a eliminação diante do Vila Nova, citei neste espaço que não via mais o treinador com força para fazer o time melhorar. Nas entrelinhas, entendia que estivesse ali o momento de mudar.
Não era uma questão de “pedir a cabeça do treinador”, como se diz no jargão do futebol. Mas uma avaliação fria pelo que via do Juventude em campo na temporada.
A direção alviverde bancou. Permaneceu com Marquinhos, ofereceu a ele reforços importantes e tempo para treinar e trabalhar com o grupo, que vinha em constante reformulação. O que se vê agora é o resultado dessa decisão.
Marquinhos Santos mostrou-se capaz de fazer aquilo que naquele momento eu duvidei. E é preciso reconhecer quando isso ocorre. O treinador faz hoje do Juventude uma equipe que joga de igual para igual com qualquer time da Série A.
Vai perder? Obviamente. A qualidade de Athletico-PR e de Palmeiras, por exemplo, mostraram o tamanho do desafio. Mas, mesmo nas derrotas, o Juventude não se abdicou de jogar.
Na base da estratégia, de pensar jogo a jogo, o time alviverde vai construindo sua caminhada. E, após dois grandes resultados, o mais importante é o discurso adotado pelo treinador e pela direção.
A euforia é natural por parte do torcedor, mas dentro do vestiário precisa ter continuidade a ideia de que o Juventude tem um objetivo claro e inicial. Com pés no chão e sem soberba, ficará mais fácil de chegar até ele.