Rafael Lacerda deixou o comando do Caxias com mais motivos para comemorar do que lamentar. Era o seu primeiro trabalho na nova função e a vitrine foi fundamental para que ele fosse hoje reconhecido como um profissional valorizado em nível estadual e regional.
Os números, como o próprio treinador gostava de frisar, foram extremamente positivos. O aproveitamento, superior a 52%. Uma semifinal e uma decisão de Estadual por um time do Interior é um feito para poucos.
Por outro lado, o desempenho, especialmente em 2021 deixou a desejar. Talvez até mesmo por conta de desfalques ou de um grupo desnivelado tecnicamente, a equipe não conseguiu evoluir o quanto se esperava durante o campeonato. Soma-se a isso o fato de Lacerda por muitas vezes não assimilar da melhor maneira críticas ou questionamentos ao que se via claramente dentro de campo. Mas, faz parte, é um processo natural de evolução do técnico entender e dialogar sobre vitórias e derrotas com a mesma naturalidade.
A partir de agora, o ciclo se fecha e outro se reabre para o Caxias durante a semana. Rafael Jaques chegará com a responsabilidade de conquistar o que nenhum outro treinador conseguiu. O acesso nacional é um obsessão e uma necessidade. Mesmo que boa parte do grupo seja mantido, peças importantes vão deixar o Estádio Centenário e a reposição precisará ser feita com muita atenção. Além disso, o elenco do Estadual tinha claras lacunas, como as laterais e o setor de criação no meio-campo.
Mais do que uma mudança de nomes, Jaques chegará com o desafio de incorporar no time a confiança necessária para absorver a pressão existente por conta dos fracassos recentes e transformar tudo isso em motivação para a Série D.