No Dia Mundial da Poesia (21 de março), a reverência, em memórias e versos, ao poeta caxiense Eduardo Dall'Alba. Em 2023, quando completaria 60 anos, já se vão dez anos de sua morte. Na madrugada de 24 de dezembro de 2013, Dall'Alba sucumbiu diante de um infarto.
"Eis que o poeta não salve ninguém da selva".
O verso é do poema "Poesia e exegese", extraído do livro "Vinhedo das Vontades", com o qual recebeu o prêmio Açorianos de Literatura na categoria Poesia, em 1998. Dez anos depois, repetiu o feito na mesma categoria com "Lunário perpétuo".
"Eduardo Dall'Alba vai ao encalço da palavra, dela se aproximando com angústia, alegria e devoção", escreveu Maria do Carmo Campos, doutora de Literatura pela USP com a tese "A Cidade e o Paradoxo Lírico na Poesia de Drummond", no prefácio de sua obra reunida entre 1988 e 2008, "Os bens intangíveis".
"já não há transposto
o corpo do morto
todo se transforma
e, lúcida aurora
em lancinante esgrima
toda se dissolve
numa paz dos deuses."
Que assim seja, que seja na "paz dos deuses" que Dall'Alba tenha encontrado descanso. Por aqui, nós, leitores, ficamos com sua obra (confira mais abaixo).
"O mais é mera passagem, ao anoitecer do rio
dos olhos, mera miragem".
SAIBA MAIS
Eduardo Dall'Alba nasceu em Caxias do Sul, em 4 de dezembro de 1963. Morreu também em Caxias, em 24 de dezembro de 2013. Doutor em Literatura pela UFRGS, foi também patrono da Feira do Livro de Caxias do Sul em 2008.
Além dos livros abaixo, em poema, publicou ainda os ensaios "Drummond, leitor de Dante" (1996), "Drummond, a construção do enigma" (1998) e "Noite e música na poesia de Carlos Drummond de Andrade" (2003).
Obras em poema
- "Escavação" (1988)
- "Margem" (1989)
- "Outros poemas" (1990)
- "As vinhas da lira" (1997)
- "Vinhedos das vontades" (1997)
- "Caixa de música" (2000)
- "Matéria do cotidiano" (2001)
- "Viola de rua" (2003)
- "Monólogo do carregador" (2004)
- "Os bens intangíveis" (obra reunida de 1988-2006)
- "Lunário perpétuo" (2007)