Assessoria de comércio internacional caxiense, a Afianci comemora os bons resultados da filial em Xangai, na China. A unidade chinesa fecha 2023 com faturamento igual ao da matriz. Para 2024, a expectativa é de que o escritório chinês faça 50% a mais do que o do Brasil. Radamés Parmeggiani, proprietário da Afianci, não abre números, mas fala em milhões de dólares.
— Uma empresa com quatro pessoas (na China) conseguiu igualar o faturamento de uma empresa com 20 (Caxias). É algo totalmente fora da curva. Normalmente, as filiais sempre crescem menos do que as matrizes e, no caso da Afianci, a gente vai conseguir quebrar essa regra e fazer com que a filial cresça mais do que a própria matriz — diz Radamés.
O resultado é atribuído a uma estratégia traçada assim que abriu a empresa, há 11 anos: estar presente fisicamente no mercado asiático. O empresário tinha certeza que sairia na frente se conseguisse abrir um escritório na China e escolheu Xangai pelo porte da cidade: cerca de 25 milhões de habitantes.
— Só o mercado de Xangai é duas vezes o Estado do Rio Grande do Sul em população. É por isso que os negócios têm prosperado tão forte lá, porque existem muito mais oportunidades, muito mais dinheiro circulando, muito mais população consumidora — entende.
— O mercado chinês é muito complexo. O mandarim é totalmente diferente do inglês, é totalmente diferente de qualquer outro idioma. Então, já tem essa primeira barreira. Nós, brasileiros, querendo ou não, somos amplamente influenciados pela Europa e pelos Estados Unidos. Os chineses têm uma cultura milenar, têm poucas influências externas. E aí pega um brasileiro lá tentando fazer negócio é muito difícil. Foram muitos anos errando e acertando, entendendo como funcionava a cabeça do empresário chinês — completa.
Planos de expansão
Radamés já abriu um CNPJ nos Estados Unidos e tem planos de montar um escritório, provavelmente em Miami, em breve. O empresário também planeja ter unidades da Afianci na Europa e na Oceania.
Cartela de clientes
Entre os clientes brasileiros da Afianci, empresas de papel celulose, minério, commodities e proteínas animais. De lá para cá, empresas chinesas que exportam tecnologia. Uma delas é a HT SAAE, uma empresa de painéis fotovoltaicos que pertence à Casc (Agência Espacial Chinesa). A Afianci fez todo o tramite para que a fabricante pudesse comercializar os produtos no Brasil.
Valorização da equipe
A Afianci ficou conhecida no final de 2021 ao bater a meta do ano e premiar os funcionários com uma viagem ao Caribe. O presente foi uma forma de incentivar a equipe em um ano difícil por conta da pandemia. Depois que a iniciativa ganhou os portais de notícias e redes sociais, a empresa precisou criar um e-mail para receber apenas currículos tamanho o volume de interessados em trabalhar na Afianci.
Como gestor, Radamés acredita na importância de valorização do empregado para o bom desempenho da empresa. Ele diz prezar por ambiente agradável e salários e benefícios acima da média. Neste final de ano, por exemplo, deu um bônus de R$ 500 para cada funcionário.
— Acredito que as pessoas que estão aqui são muito felizes de estarem aqui. Realmente se engajam e é por isso que a gente consegue crescer tanto. Nos últimos três anos, a gente cresceu mais de 400%. Talvez um segredinho seja esse: cuidar bem das pessoas que fazem o dia a dia.