A história da carreira de leiloeiro no Brasil nos mostra as oportunidades e os desafios que se apresentam para elevar os padrões de gosto numa nova era. O passado da profissão, no início do Século 17, não remonta a bons tempos, principalmente no Brasil-Colônia, porém com o avanço das décadas e aprimoramento das leis e concepções sociais, a prática exercida com maestria pelo porto-alegrense Giancarlo Peterlongo Lorenzini Menegotto tem cada vez mais espaço para auxiliar na evolução da sociedade.
— A passagem mais importante e desafiadora da minha trajetória foi quando iniciei no ofício como leiloeiro, profissão que completo, 19 anos de atuação, em 2022. Conheci a prática no dia em que fui convidado a participar de um leilão de automóveis, em Porto Alegre, assim que se encerrou o evento tive a certeza de que era o queria seguir para meu futuro. Porém o desafio estava recém se iniciando, não tinha uma família que vinha deste ramo, precisei começar do zero. Foi difícil conquistar um pequeno espaço e confiança no mercado — revela o Leiloeiro Oficial do Estado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
A coragem para empreender nessa tarefa começa ao se atentar para casos animadores na história. Para o filho de Carlos Menegotto e Luiza Helena Peterlongo Lorenzini Menegotto, o leilão lida com minuciosos aspectos do ser humano. A perda material por falta de pagamento como, por exemplo, um imóvel ou veículo, muitas vezes acaba tornando-se um assunto pessoal entre as partes envolvidas e é necessário compreender os dois lados da situação: o de quem perde, e o de quem foi lesado e busca justiça. Esse é o dever do leiloeiro.
— Embora a atividade seja milenar, ainda são poucos os que adquirem bens em leilões, em certa medida porque o mercado carrega um misticismo e conta com poucas informações confiáveis e disponíveis, por isso sempre que alguém tiver interesse em comprar em leilões, o mais importante é conhecer quem é o profissional que conduz e buscar suas informações com muita cautela, tudo isso também em razão dos inúmeros sites falsos que estão no mercado, em razão da pouca ou nenhuma fiscalização que infelizmente não temos — conta o dedicado pai de Gregório e Emanuelle Peterlongo Menegotto e apaixonado marido da médica Simone Ruaro.
Por falar em família, Giancarlo resgata boas memórias de sua infância no interior da Serra gaúcha, em Garibaldi, e compartilha com a coluna uma fração das boas lembranças: — Naquela época ficávamos muito brincando na rua e pouco dentro de casa, confesso que somente quando chovia. O que mais me lembro é de andar de bicicleta, descer as lombas com carrinho de madeira e com rolamento. Era muito divertido.
Em sua porção social, nosso entrevistado participará do Leilão Solidário de Obras de Arte, que ocorrerá no dia 17 de maio, a partir das 17h, e ocupará os salões da Sede Social do Recreio da Juventude que contará com peças doadas por nomes representativos das artes plásticas da Serra gaúcha. Ele colabora como voluntário do projeto que integra a programação de uma agenda em prol da Fundação Caxias, presidida por Samuel Ribeiro Ávilla.
— Aceitei, no ato, este desafio. Aproveito para agradecer o Samuel pela oportunidade e espero que possamos dar continuidade com essa proposta para o futuro — complementa.
Por fim, Giancarlo deixa uma mensagem de incentivo e inspiração aos leitores: — O jogo não terminou, somente acaba quando o juiz der o apito final, portanto lute até o fim, não se entregue, você pode conquistar tudo o que desejar e sonhar, basta acreditar e trabalhar duro para que isso aconteça, porque o sucesso não aceita preguiça.
Três perguntas para Giancarlo sobre trabalho:
- Quem foi ou é sua grande influência? Foi um dos leiloeiros mais antigos do Estado, o Sr. Norton Fernandes (in memoriam). Ele me ajudou, tudo o que sei foi ele quem me ensinou, costumo dizer que "aprendi cinco anos em um“. Participei de diversos leilões antes de efetuar um e quando comecei a realizá-los, ele me acompanhou em todos até eu ter a segurança que precisava, posso dizer que foi como um pai para mim.
- O que é ser um bom leiloeiro? Aplicar a lei ,entender a lógica de como o mercado funciona e ter um feeling muito apurado.
- Como acredita que sua atividade profissional pode contribuir para a sociedade? Com ações beneficentes e outras em conjunto com a sociedade como também estar por dentro do funcionamento das fundações que ajudam as instituições e entidades assistenciais para levar soluções.
Três perguntas para Giancarlo sobre vida pessoal:
- O que gosta de fazer no tempo livre? Viajar com a família, praticar esportes ao ar livre. Assistir a filmes e me atualizar profissionalmente.
- Traço marcante de sua personalidade? Sei o que quero e para onde ir, com muita clareza.
- Um hábito que não abre mão? Apreciar um bom vinho.