Que revela imaginação!
O caxiense Marcelo Andrigheti, filho de Wilson e Eliete Andrigheti, é poeta desde os nove anos, faz da literatura uma ferramenta para divulgar sua voz e ideias, encontrando nas palavras uma forma muito particular de se expressar. Jornalista formado em 2010 pela Universidade de Caxias do Sul, ingressou no meio acadêmico com a consciência clara de que queria se tornar um escritor. Atualmente, Marcelo é um roteirista premiado, com mais de 500 projetos comerciais, além dos trabalhos desenvolvidos para o cinema e a televisão. Possui dois livros digitais: “Os 7 Passos para Contar uma História”, com mais de 20 mil downloads, e “O Poder das Histórias e o Ancestral Narrativo”. Recentemente, publicou sua primeira obra no universo literário: “Farol da Solidão”, que evidencia sete contos escritos de maneira singular, misturando prosa e poesia.
A de Arte. Ela nos salva, nos eleva, nos mostra a verdade. É filosofia de vida e sabe nos acolher, nos abraçar. Vive de amor, sabe aproximar, apaixonar. Se entrega ao acaso e revela segredos.
B de Bagagem. Tudo o que sentimos e vivenciamos é nossa biografia. Cada passo, cada palavra, cada silêncio: tudo faz parte da nossa jornada. O que escolhemos carregar?
C de Caos. É dele que surge a ordem. É da bagunça que nasce a criação. Do caos que vamos organizar. Do complexo, vamos fazer nascer o simples. A partir do todo haverá a seleção do que pode ou deve.
D de Doação. Me entrego à poesia, me faço à serviço da escrita, me completo quando posso ser inteiro de verdade, me doar, me entregar. Dou um pouco de mim ao mundo, e o mundo me entrega tudo o que preciso.
E de Esculpir. A massa bruta que a vida fornece: é necessário lapidar, esculturar, escavar pra encontrar o ouro. Pra ir fundo é preciso começar no raso. A obra não vem pronta – é necessário esculpir.
F de Florescer. O lótus nasce na lama sem sofrimento algum. Que possamos gerar nossas cores e fazer a vida florescer da maneira mais bela possível.
G de Gato. O olhar sempre estratégico, o carinho aliado ao desapego, o tempo de descanso, o esticar do corpo, o cuidado consigo mesmo, os passos calculados, os bigodes que filtram, a intuição de captar as energias.
H de Humanitário. Porque não basta ser humano. É preciso agir-pensar-evoluir em grupo e em sociedade. A mente social pensa no todo ao tomar qualquer ação e não em si. Pensar apenas em si é reduzir o seu potencial.
I de Imaginação. Dizem que sonhar sem agir não serve pra nada. Serve sim! Óbvio. O que seria do mundo sem a imaginação? Pra realizar é necessário saber estruturar o imaginar e pra isso se torna obrigatório perder (seria ganhar?) tempo com os pensamentos aleatórios.
J de Jardim. Pra que a gente possa plantar e colher e lembrar do quanto as borboletas só aparecem quando a gente cuida do nosso espaço. Não é necessário fazer mais nada, apenas cuidar do nosso jardim.
K de Karma. Ação e Reação. Ir e vir. Levar adiante apenas o que irá nos trazer algo positivo de volta. Karma vem do sânscrito, significa ação, trabalho, fazer. E que a gente possa fazer apenas o que precisa ser feito.
L de Leveza. De peso, basta a realidade. Precisamos encontrar um fluir interior, que nos leve adiante sem peso nas costas, sem colocarmos na mochila o que é desnecessário.
M de Mar. As ondas nunca desligam. Mas elas têm processos de mutação, que seguem o fluxo da natureza. O oceano é um aprendizado: muda a todo instante e nos revela a impermanência do viver.
N de Natureza. Quando perdemos a conexão? Somos parte de um ecossistema que necessita integração e só assim seremos parte do todo.
O de Opção. Entre 8 e 80 existem 72 caminhos. Nem sempre acertamos, mas o importante é perceber que existem novas rotas, novos afluentes a se formar no rio da vida.
P de Poeme-se. Poesia é olhar a vida por outro ângulo. É entender e se entregar à graça da simplicidade. É estar disponível para encontrar novos padrões e crenças. Poeme-se é sobre estar livre para enxergar além do comum.
Q de Querer. Quero um mundo melhor, quero uma vida tranquila, quero leveza no corpo e na alma. Querer não é poder, mas já é um início.
R de Rio. Até o rio tem medo de virar oceano, mas ele continua a correr e a driblar os obstáculos que se apresentam. Ora com sabedoria e tranquilidade, ora com força e intensidade. O rio ensina a vida.
S de Sinceridade. Falar a verdade, muitas vezes, é ficar em silêncio. É saber quando e como dizer. Sinceridade é dita pelas ações, pelos olhos e pela convivência. É uma palavra pra ser guarda-chuva do cotidiano.
T de Tabu. Os que precisamos rever e os que precisamos quebrar. Que nossas crenças sejam des-limitadas, desligadas dos paradigmas que assolam negativamente a humanidade.
U de Utopia. Não basta sonhar de forma sectária, a gente precisa radicalizar e encontrar nossas próprias utopias. Pode ser uma utopia pensar na vida dessa forma. Mas e daí?
V de Votar. Porque passa ano e pós ano e a gente esquece de votar com consciência universal, com o olhar no todo e não apenas no nosso umbigo.
W de Worklover. Uma palavra que une trabalho (work) com amor (lover). Fazer o que se gosta e monetizar sua paixão.
X de Xadrez. A vida não é jogo de damas, que basta pular peças iguais. É sim um jogo com inúmeros significados e símbolos, que precisam ser pensados e repensados antes de qualquer ação, porque a reação vem logo em seguida.
Y de Yin-yang. Uma palavra de origem oriental: par de forças ou princípios fundamentais do universo. Equilíbrio. Lá e cá. Estar em harmonia.
Z de Zelo. É preciso reaprender a cuidar do outro e daqueles que estão a nossa volta. É necessário zelar pelos iguais e pelos diferentes. Por todos.