Modo família na gestão de saúde
O médico Ronaldo Mattia, é natural de Severiano de Almeida no interior do Rio Grande do Sul, filho de Tranquillo e Nelsa Ignês Mattia. Nos próximos dois anos, a cooperativa de saúde Unimed Nordeste-RS, terá Ronaldo como presidente. Ele assume no lugar de Marcelo Fonseca Frigeri, que agora é vice-presidente da instituição. Entre os principais desafios da nova diretoria está administrar uma das maiores estruturas de saúde da Serra gaúcha em tempos de pandemia. Casado com Marilene, é pai de Ronaldo Jr, Rafaela e Marcela.
Qual sua lembrança da infância e que sabor te remete a essa época? A inauguração da praça de brinquedos em Severiano de Almeida. O sabor, da cuca que minha mãe preparava no forno à lenha.
Se tivesse vindo ao mundo com uma legenda ou bula, o que conteria nela? Nasceu e cresceu assistindo a simplicidade, respeitando o próximo e construindo seu lugar no mundo.
Qual a passagem mais importante da tua biografia e que título teria se fosse publicada? Nascimento de nossos três filhos. O título seria: Família é tudo!
Se pudesse voltar à vida na pele de outra pessoa, quem seria? Certamente na de meu pai, Tranquillo Mattia.
Por que escolheu a administração de serviços de saúde? Escolhi ser médico, a administração foi por consequência a um convite e intensa dedicação à oportunidade.
É possível definir objetivamente o que é ser um bom médico e gestor? Gostar do que faz e fazer sempre como se fosse a primeira vez, percebendo as mínimas angústias do teu paciente enquanto médico e a busca por melhorias e crescimento para todos na gestão.
Como se mantém atualizado durante as mudanças no setor? O momento é de constante transformação, não está escrito em manuais. Buscamos a atualização contando com experiências do nosso dia a dia, participando de eventos on-line com colegas gestores.
Nestes anos de profissão, houve algum momento crítico em que foi preciso superar barreiras? Muitas vezes, provavelmente uma das piores foi sair da zona de conforto e retornar para um grande centro em busca da especialização, novos trabalhos e oportunidades.
Quais perspectivas vislumbra para os futuros profissionais da área? Quais os requisitos básicos para quem deseja entrar neste setor? Assim como demais profissões, a medicina forma muitos profissionais, apenas um baixo percentual chega à especialização. Vivemos em um país continental. Muitas vezes precisamos abrir mão de facilidades, buscar um objetivo mesmo que aparentemente distante. Para quem está chegando agora, ainda existem muitos postos de trabalho, provavelmente não com a facilidade de 30 anos atrás. Provavelmente não terão dificuldades se souberem adaptar-se aos modelos de atendimento, persistência e acreditar em seu conhecimento.
A pandemia do novo coronavírus trouxe diversas mudanças para o cenário político e científico, como diferenciar o que é ciência do que é “achismo”? Acredito e defendo o conhecimento e experiência do médico, sua formação com base científica e autonomia. Para isso estuda, sobremaneira, a anatomia e fisiologia do corpo humano, e com estes conhecimentos as coloca em prática no momento de decisão. Autonomia de atuação é fundamental, dentro do que é ético e moral.
Que lições tem tirado do exercício da profissão em meio a pandemia? Como médico, superação ao tratar algo novo, assustador. Como gestor, oportunidade de fortalecimento, pelas decisões que são tomadas que trazem benefício, oportunidade de tratamentos, geração de trabalho médico, reconhecimento dos profissionais e serviços da cooperativa.
Quais os desafios em liderar um plano de saúde que atende a tantos beneficiários nesse momento? O desafio maior é manter a cooperativa em crescimento, fortalecida, capaz de ser e gerar ao nosso Médico Cooperado trabalho com condições dignas. Deixar nosso beneficiário seguro quanto ao atendimento próprio e de seus dependentes. Trabalhar para uma Unimed ainda mais forte e engajada na comunidade, participando do desenvolvimento regional, com geração de trabalho médico, novos empregos e melhoria da sociedade.
O que é essencial para uma boa qualidade de vida? Ter saúde física e mental, ter tempo para trabalhar e tempo para repousar.
Além da pandemia, quais têm sido os grandes desafios da medicina nos dias atuais? A medicina está em constante evolução. Novas drogas, técnicas e equipamentos surgem constantemente na busca da cura. Mas acredito que o desafio maior é na prevenção das doenças. Vivemos ainda muito no modelo hospitalocêntrico, praticamos muito a busca da medicina na doença. A prevenção é um grande desafio.
Como alguém engajado com a comunidade, que lições pode compartilhar sobre trabalho em equipe? Nada, nem ninguém, trabalha sem equipe. O presidente divide com de toda direção e conselho suas demandas. O melhor especialista nada produz com uma equipe incompleta. Um complexo hospitalar depende desde o operador da guarita, da recepção, dos higienizadores, técnicos, enfermeiros e médicos. Todos são imprescindíveis para um resultado final.
Quem foi, ou é, sua grande influência? Na medicina meu cunhado Leonel.
O que gosta de fazer no tempo livre? Fico muito tempo em casa. Quando possível, visito meus familiares.
Traço marcante de sua personalidade? Reservado, ouço, entendo para após exteriorizar minhas posições.
Gostaria de ter sabido antes... acredito que saber antes mudaria o tempo, nosso ritmo.
Uma qualidade: honestidade.
Um defeito: teimoso no que defendo.
A melhor invenção da humanidade? A vacina.
Um hábito que não abre mão? Ser grato.
O que mais respeita no ser humano? A capacidade de flexibilizar, adaptar-se.
Qual a palavra mais bonita da língua portuguesa? Respeito.
Reflexão de cabeceira? Por pior que tenha sido, agradeça!
Uma palavra-chave: equilíbrio.
Qual a primeira coisa que vai fazer quando a pandemia acabar? Abraçar, voltar a ter o convívio com os amigos.