Gilmar Marcílio
Passei grande parte da vida dividindo as pessoas em duas categorias: as boas e as más, genericamente falando. Deixei de compreender um fato importante relativo aos nossos pares: somos uma mescla de qualidades e defeitos. Dificilmente podemos encaixar em um único estereótipo. As circunstâncias vão determinando maneiras de ser a partir de nossa estrutura interna. Alguns se revelam verdadeiros crápulas em qualquer situação e outros se inclinam ao bem, despojados de interesses individuais e tendo em vista sempre o melhor para o coletivo. Mas não se constitui numa regra. Somos matizados, híbridos nas intenções e ações praticadas e é bom estarmos cientes para não buscar um ideal inalcançável. Precisamos invocar um olhar crítico e, ao mesmo tempo, de tolerância. Vale para amigos, colegas e amores. E, principalmente, para nós mesmos. Digo isso pois é comum nos vermos como eminentemente bons e dignos de servir de exemplo. Tantas vezes me surpreendi negativamente com minhas atitudes, pois deixei a racionalidade de lado, agindo com rompantes. Costuma dar errado. Para quem está disposto a se analisar sem reservas esse pode se configurar num excelente itinerário para o crescimento interior.
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