Gilmar Marcílio
Você sente no peito ou na mente, não sabe direito, uma sensação estranha, indefinida. Difícil falar, se lhe perguntarem. Contudo, mais incômoda do que aquelas dores que, se não o impedem de viver, obscurecem a alegria. Na impossibilidade de nominá-los, os sentimentos adquirem proporções além da dimensão real ocupada dentro de nós. Quanto mais adentrarmos em nosso interior, maior será a chance de expandir a luz. Para essa árdua tarefa, podemos contar com profissionais da área da saúde psíquica. Eles nos instigam a investigar esses estados emocionais, convertendo, através do esforço da vigilância, o enigmático em simples. Ou que possa ser olhado abertamente, permitindo-nos dizer: “Agora vou caminhar rumo à libertação deste desconforto, tão parecido com o desencontro comigo mesmo.” A impressão de surpreender-se estrangeiro para a pessoa que melhor pensamos conhecer — nós — pode resultar em atrofias, barrando a execução de trabalhos cotidianos banais, até provocar a imobilidade diante do prosaico.
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