O ministro dos Transportes, Renan Filho, confirmou nesta segunda-feira, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, que recurso existe para a reconstrução de estradas destruídas pela intensa chuva da semana passada. Acenou com R$ 1 bilhão em recursos extraordinários, além de R$ 1,7 bilhão da dotação orçamentária em curso para rodovias federais gaúchas. Será preciso à região percorrer o caminho para credenciar e buscar prioridade para a BR-116, trecho entre Caxias do Sul e Vila Cristina, que está bloqueada em quatro pontos, e para a BR-470, na Ponte dos Arcos, que interrompe a ligação da Serra com a região de Veranópolis e dali, com o Planalto Médio e Zona da Produção. Se o momento ainda é de socorro, resgate e ajuda humanitária, a logística rodoviária é vital para auxílio, socorro e transporte de suprimentos essenciais.
Em um dos pontos bloqueados da 116, no Km 170, em Vila Cristina, na verdade, a rodovia foi varrida pelas águas e será preciso fazer a reconstrução para retomar outra ligação estratégica, de Caxias do Sul com a Região das Hortênsias. O caso da 116 é mais difícil que o da 470, pois em Vila Cristina a rodovia não existe mais. Já na Ponte dos Arcos, o que houve foi um grande deslizamento, de consequências trágicas.
O prefeito Adiló Didomenico disse à reportagem, no domingo, a partir de sua experiência na administração pública, que se dá por satisfeito “se no ano que vem conseguirem devolver a trafegabilidade” da 116, pois o “estrago é muito grande”. O estrago é, de fato, devastador. O prefeito usou uma força de expressão. Claro que ele não se dará por satisfeito se tiver de esperar esse tempo todo. Aliás, não é possível esperar até o ano que vem pela reconstrução da BR-116. E então surge a questão das prioridades a serem definidas para as verbas federais, pois cada prefeito ou prefeita vai buscar recursos para seu município. Se é preciso reconhecer prioridades regionais que se impõem para os casos mais urgentes, não se pode “dormir no ponto”. É preciso estar atento, percorrer o caminho até obter os recursos e promover competente e incansável articulação política.
– As reconstruções maiores (caso da 116 em Vila Cristina) demorarão mais tempo para serem feitas, pois dependem de desenvolvimento de projetos – admitiu o ministro Renan.
As prefeituras de Caxias e da região têm de estar preparadas para percorrer os caminhos até os recursos.