Ciro Fabres

Ciro Fabres

Colunista de política e comunidade do Pioneiro, o jornalista tem uma trajetória pelas mais diferentes áreas da redação desde 1989, quando chegou à região. Comentarista da Gaúcha Serra, é também autor do livro Os Meninos do Burgo e Outras Crônicas. Em 2014, o alegretense recebeu o título de cidadão caxiense pela Câmara de Vereadores.

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Moção de repúdio aos deputados gaúchos contra a anistia tem tom pré-eleitoral em Caxias

Texto critica deputados federais e o senador que foram contrários à proposta de anistia da dívida do Estado com a União

Henrique Ternus

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Vitor Ló / Câmara Caxias / Divulgação
Discussões no plenário da Câmara evidenciou bastidor político e eleitoral em torno da moção.

O jornalista Henrique Ternus colabora com o colunista Ciro Fabres, titular deste espaço

Foi tensa a sessão de terça-feira (21) da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, em que foi apreciada a moção de repúdio aos deputados e senador que votaram contrários à anistia da dívida do RS com a União. A discussão desse tema tomou metade do tempo da sessão, cerca de uma hora e meia. 

A anistia da dívida é uma luta antiga do Estado. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (20), o próprio governador Eduardo Leite acenou favoravelmente ao perdão, pelo menos, dos R$ 11 bilhões suspensos por 36 meses. Mas, da forma como foi proposto, o pedido seria judicializado e barrado.

A moção, entretanto, estava regada de componentes políticos, a pouco mais de quatro meses das eleições. O voto contrário da deputada e pré-candidata Denise Pessôa (PT) às emendas do deputado Van Hattem (Novo-RS) motivou a direita caxiense, que encabeçou as assinaturas e os votos favoráveis ao texto.

A votação também deixou marcas sobre partidos ainda indecisos quanto ao futuro na eleição municipal: o MDB, de Felipe Gremelmaier, foi favorável, indicando caminho mais à direita. Já o PSD e a maioria da bancada do PSB foram contrários ao texto — somente Gilfredo De Camillis votou sim. O posicionamento dá indicativos de um eventual apoio das siglas à frente de centro-esquerda no pleito municipal, marcado para 6 de outubro.

Juliano Valim reclamou do tom eleitoreiro da moção, enquanto Zé Dambrós exaltou Denise e reforçou a necessidade de "união e amor ao próximo" — expressões comuns aos petistas:

— Enquanto o país nos dá um exemplo de união, de amor ao próximo, Caxias está cada vez mais querendo desunir, ir na contramão — avalia o vereador.

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