É preciso "cair a ficha" para os administradores públicos de que os parâmetros são outros. Essa foi a sinalização do governo federal. A promessa e o compromisso são de que as obras de reconstrução de rodovias destruídas pelas enchentes vão acontecer com agilidade. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua primeira visita ao Estado – ele vem pela terceira vez ao RS amanhã –, deixou claro que obstáculos da burocracia para acesso a recursos serão removidos.
Caxias do Sul e a Serra Gaúcha têm três estragos de infraestrutura logística cruciais que precisam ser recuperados com agilidade: o Km 170 da BR-116, onde a rodovia foi arrastada pelas águas do Arroio Pinhal e precisa ser refeita; a ponte sobre o Rio Caí, entre Vila Cristina e Nova Petrópolis, que cedeu domingo; e a desobstrução da BR-470 na região da Ponte dos Arcos. O prefeito Adiló Didomenico, de Caxias, disse que se dará "por satisfeito" se a BR, em Vila Cristina e Galópolis, for entregue recuperada ano que vem. O prefeito de Veranópolis, Waldemar de Carli (MDB), projetou a liberação da 470 em um ano. A região não pode conviver com esses prazos – e vale para a ponte que cedeu domingo. O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que há R$ 1,7 bi de recursos orçamentários para rodovias federais no RS e R$ 1 bi de recursos extraordinários, além da promessa de Lula, de remoção de obstáculos burocráticos.
Projetar para o ano que vem obras que precisam começar nas próximas semanas e ficar prontas o mais rápido possível é projetar uma incapacidade de mobilização.
Os parâmetros mudaram. Há outras prioridades no Estado, por certo, mas volume de recursos há. Poderá faltar equipe técnica para tanta obra, mas como está se vendo agora, na ajuda aos desabrigados, apoio técnico de outros Estados não falta. O Rio Grande do Sul é prioridade nacional. Projetar para o ano que vem obras que precisam começar nas próximas semanas e ficar prontas o mais rápido possível é projetar uma incapacidade de mobilização. É preciso correr atrás, e fazer.