Correção: Lucas Diel ainda é vereador em Caxias do Sul, e não ex-vereador como publicado entre às 11h do dia 26 de março e às 18h de 29 de março. O texto já foi corrigido.
Março avança, e o prazo da janela partidária se reduz. Para quem quiser trocar de partido sem perder o mandato, o prazo é até 5 de abril. O vereador Lucas Diel, primeiro suplente do PDT, assumiu há um ano, em fevereiro de 2023, a cadeira de Ricardo Daneluz, quando este tomou posse como secretário de Turismo e, cinco dias depois, teve formalizada sua expulsão do PDT devido a atos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Neste caso, com sua expulsão, a cadeira ficou com o partido e Diel assumiu, já envolto em uma polêmica, indicado como líder de governo na Câmara pelo prefeito Adiló Didomenico. O PDT trocou um embaraço por outro, mas Diel permaneceu no partido. Agora, diante do rumo explícito que a sigla vem assumido na eleição a prefeito, por participar de uma frente de centro-esquerda, foi a vez de Diel dizer que não se sente à vontade na sigla e consumar uma troca de partido na janela partidária. Está embarcando no PRD, partido no qual ingressou nesta segunda-feira, com ato de filiação na Câmara (na foto acima), ao final da tarde. Estavam presentes o prefeito Adiló Didomenico, o presidente da sigla, Flávio Cassina, o vereador Velocino Uez e o vereador Elisandro Fiuza (Republicanos).
O presidente do PDT, Rafael Bueno, diz que a saída do partido não foi oficializada por Diel e que a sigla estuda pedir a cadeira de volta, pois a suplência de Daneluz é do PDT. É um esperneio. Na sessão desta terça-feira, quem segue sentado na cadeira de Daneluz é Diel, agora como representante do PRD. A Justiça Eleitoral não tem muita dúvida de que a cadeira deve permanecer com o ex-pedetista, pois, durante a janela partidária, ele pode trocar de partido sem perda do mandato. Porém, esse hiato com Diel na Câmara como filiado ao PRD tende a ser muito breve, de duas semanas. Em 5 de abril, vence o prazo para quem pretende concorrer a vereador e ocupa cargo no governo, situação atual de Daneluz. Se assim quiser, e ele tende a querer, Daneluz precisa deixar o primeiro escalão para reassumir no Legislativo a cadeira que vem sendo ocupada por Diel.
A Câmara que emergirá na sessão de 8 de abril, a primeira após o fim dos prazos eleitorais, deve estar bastante reformulada.
"Alinhamentos ideológicos", justifica vereador
Diel afirma que já vinha conversando com o PRD, e que optou pela nova sigla pelos “alinhamentos ideológicos”.
– Estou me filiando no 25 (número do PRD), no dia 25, para que o 25 seja vitorioso – disse no ato de sua filiação.
Cecília Pozza, ex-presidente do PDT, comentou, sobre a passagem de Diel pelo partido:
– O PDT trabalhou e cumpriu com seu papel para que ele assumisse para que mais um pedetista estivesse lá (na Câmara). E a resposta que ele nos deu foi: “Vou assumir a liderança de um governo que o partido que me colocou lá não está no base.” Era ele que já estava desenhando o seu futuro.
De um lado para outro
Entre PDT e PTB havia o T, de trabalhismo, como ponto de contato – pelo menos na teoria. Quando o PTB é sucedido pelo PRD, não há mais ponto de contato. Quando Diel diz que optou pela nova sigla devido aos “alinhamentos ideológicos”, ele dá uma guinada de 180 graus. Saiu de um lado do campo político e salta para o outro.
A dança das cadeiras
Quem não esteve no ato de filiação de Lucas Diel ao PRD foram os vereadores Adriano Bressan e Clovis Xuxa. O primeiro deve ingressar no Progressistas e Xuxa, no União Brasil. Assim, ao final da janela, o PRD deve reduzir a bancada original de três para dois vereadores: Lucas Diel e Velocino Uez. Já o PDT, cuja bancada eleita tinha dois vereadores, passa a partir desta terça-feira a ter apenas uma cadeira, com Rafael Bueno.
Segue a dança das cadeiras, e novas mudanças acontecerão até 5 de abril, último dia da janela partidária para troca de partidos e para retorno de integrantes do primeiro escalão, quando a composição da Câmara estará sensivelmente alterada.