O trecho urbano da BR-116 em Caxias do Sul é um caso à parte. A rodovia “entrou para dentro” da cidade, mas segue um contorno viário esquecido pelo governo federal. O trecho tem pontos críticos, gargalos e áreas de risco e agora o município tropeça em obter uma prosaica duplicação de 900 metros, na verdade a execução de uma quarta pista entre a Avenida São Leopoldo e a região do antigo Clube Palermo, porque o Dnit quer a retirada de uma tubulação de gás para realizar a obra. Quer dizer: nem todo duplicado o trecho urbano é. Não está à altura da grandeza de Caxias.
Outras cidades tem contornos viários vistosos contemplando rodovias federais e estaduais, com obras vultosas e investimentos caros, em viadutos, duplicações e rótulas alongadas. São os casos de Pelotas, Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Passo Fundo. No último anúncio de obras do PAC do governo federal, ano passado, até Ijuí foi contemplada com recursos para o contorno viário.
Caxias do Sul não consegue investimentos para o trecho urbano da BR-116. O município precisaria pensar a rodovia estrategicamente, com projetos dentro de um único pacote, e sair atrás de recursos. O que se vê são obras pontuais, remendos em reformulações de acessos para estender a alça de refúgio para veículos. E a luta por um único viaduto, no entroncamento da Perimetral Norte com a BR, já dura quase 10 anos. Esse ponto, que inclui também o acesso ao bairro Diamantino, tem um trânsito caótico.
Está na hora de a representação política entrar em campo, articuladamente com o município, para garantir melhorias prosaicas para a BR, como a duplicação de um trecho de 900 metros. Os parlamentares da cidade devem cobrar do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre) o destravamento dessa duplicação, obra que, desde junho, não sai do lugar porque o Dnit quer o deslocamento de uma tubulação, o que a Sulgás já informou ser desnecessário por haver segurança para o serviço.
Dnit diz que não retirar duto interfere no custo
O superintendente regional do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva, disse neste fim de semana à deputada federal Denise Pessôa (PT) que o órgão está avaliando os custos da obra de duplicação de trecho urbano de 900 metros da BR-116, entre o antigo Clube Palermo e a rótula da Avenida São Leopoldo.
Segundo a assessoria da deputada, Hiratan disse que a retirada de tubulação de gás da Sulgás interfere diretamente no custo da obra. Desde junho, a duplicação da BR está travada. A Sulgás afirma que não é necessária a retirada da tubulação. Já o Dnit sempre pediu a retirada para iniciar os serviços no trecho. Agora afirma que a não-retirada interfere no custo. O órgão não fez previsão do início dos trabalhos.