O prefeito Adiló Didomenico e a secretária da Saúde, Daniele Meneguzzi, visitaram nesta quinta-feira a maternidade mantida pelo município em espaço locado no Hospital Pompéia, após a turbulência inicial, que contou até com falta de médicos nos primeiros dias da transição do atendimento. Adiló e Daniele conversaram com as equipes e com uma das primeiras mães a dar à luz sob a gestão do município (na foto acima), na parceria temporária com o Instituto Ideas. Deisiane dos Santos Dzesigaleski, 26 anos, moradora do Serrano, chegou ao Pompéia por volta de 3h de ontem, e a filha Maria Luiza nasceu às 7h05min, de parto normal, com 3,4 quilos.
Ainda buscando vencer o período de turbulência e garantir estabilidade ao atendimento, Adiló destacou a satisfação em ver o serviço operando:
– É um esforço da prefeitura, junto ao Instituto Ideas, para que todos os nascimentos ocorram em Caxias do Sul e com qualidade. Pudemos constatar na prática que isso está sendo cumprido.
Depois da falta de médicos inicial, ou “intercorrência”, no dizer da prefeitura, a apresentação da escala dos profissionais, exigida do Ideas pelo Pompéia e prefeitura, ganhou mais um dia de prazo, até hoje. O Cremers (Conselho Regional de Medicina), em vistoria realizada nesta quinta ao serviço, apontou irregularidades a serem sanadas, entre elas a necessidade de os profissionais médicos de fora do Estado terem registro do conselho médico do RS. E a bancada do PT protocolou pedido de informações sobre o contrato entre município e Ideas (notas abaixo). Prosseguem os desgastes para o governo municipal, decorrentes da falta da antecedência – e houve bastante tempo – para as providências necessárias a uma transição tranquila na prestação do atendimento materno-infantil na rede pública em Caxias.
Bancada do PT quer informações sobre contrato
A bancada do PT protocolou na prefeitura pedido de informações ao Poder Executivo acerca da contratação emergencial do Ideas (o Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde) para gestão do atendimento materno-infantil em espaço locado pelo Hospital Pompéia.
O requerimento foi levado ao protocolo pelos vereadores Lucas Caregnato e Rose Frigeri e formula nove questões.
– Não conseguimos ter acesso ao contrato entre prefeitura e Ideas – frisa Rose.
Entre as questões formuladas, estão qual a razão para a contratação de médicos de outras cidades e Estados e qual a razão para a demora para a tomada de providências.
Os vereadores petistas perguntam também “de que forma ocorreu a contratação”. Querem saber se foi assinado um contrato entre Ideas e prefeitura ou somente “um termo entre as partes”. Eles justificam que o termo ou contrato não foi publicizado, não sendo localizado no site de contratos e de licitações da prefeitura e no Diário Oficial.
"Forma amadora", diz presidente do Sindiserv
Outra repercussão forte sobre o atendimento materno-infantil vem do Sindiserv, o sindicato dos Servidores Municipais. A presidente do sindicato, Silvana Piroli, também cobra do município que seja disponibilizado o contrato com o Ideas.
– O município, de última hora, contratou emergencialmente uma terceirizada. Uma forma não precária, mas amadora de se tratar o nascimento de nossas crianças. Antes, poderia ter se buscado outra solução, com planejamento. Isso colocou em risco a população. O mínimo que a prefeitura tem de fazer é disponibilizar o contrato, a população tem de saber qual é o custo disso, e poder fiscalizar. E que se encontre logo uma solução definitiva – disse ela.