O jornalista Henrique Ternus colabora com o colunista Ciro Fabres, titular deste espaço
No cenário que começa a se desenhar para as eleições de 2024, uma das principais incógnitas até o momento é o futuro do MDB em Caxias do Sul. A sigla mantém conversas com lados distintos da disputa, e não está claro qual é caminho que o partido irá tomar.
A primeira aproximação, mais à esquerda, foi com o PDT, nos pedidos conjuntos de conceder títulos de cidadão emérito aos ex-prefeitos José Ivo Sartori (MDB) e Alceu Barbosa Velho (PDT).
Mas, nas últimas semanas, o MDB circulou bastante pela chamada frente da direita – composta, até o momento, por PL, Novo e PP –, que tem Maurício Scalco (ainda no Novo) como ficha um à prefeitura, e que não esconde sua aproximação com a vereadora Gladis Frizzo (MDB), nas redes sociais e nas sessões da Câmara. Em entrevista recente ao Pioneiro, o presidente estadual do Novo, Marcelo Slaviero, declarou que o MDB deveria integrar essa coligação dos partidos de direita em Caxias, por ter “muito mais alinhamento político e ideológico”.
Já o presidente do MDB caxiense, Carlos Búrigo – que recebeu, na sexta-feira (25), o vereador e presidente do PP em Caxias, Alexandre Bortoluz (foto acima), para falar “sobre o futuro de Caxias e o cenário de 2024” –, disse, também em entrevista recente, que vai falar com todos os partidos para o ano que vem, “principalmente os do centro para a direita”.
A certeza é que o MDB quer ter seu candidato próprio na majoritária. E se aceitar compor alguma coligação, seja ela qual for, não será para um papel de coadjuvante. Para compor com mais de um partido, alguém terá que ceder, e poucos são os que aceitariam.
Internamente, alguns membros do MDB preferem a participação mais à centro-esquerda, ao lado de partidos como PSB e PDT. Mas a ala com inclinações à direita também é forte, e pode ser decisiva nos rumos do partido.