A articulação em torno da candidatura de direita à prefeitura de Caxias do Sul, que já tem o nome colocado do vereador Maurício Scalco – por enquanto no Novo, mas logo na frente no PL, na janela de transferências de março de 2024 –, está em pleno andamento. Está bem à frente da pequena e quase inexistente movimentação ao centro e à esquerda, que ainda ocorre no âmbito interno de cada partido, perdendo-se oportunidades de sinalizações mais visíveis quanto a intenções de aproximação, sempre importantes. Faltam pouco mais de 14 meses para a eleição e um ano para as convenções partidárias.
Na convenção recente do PDT, por exemplo, a sigla não recebeu visita institucional de peso dos partidos mais próximos, quando poderia ter havido sinalizações importantes. O movimento de maior peso, ao centro, foi um protocolo conjunto para concessão de títulos de Cidadão Caxiense aos ex-prefeitos José Ivo Sartori (MDB) e Alceu Barbosa Velho (PDT), que formaram dobradinha na prefeitura de 2005 a 2012. A sinalização, nesse caso, está evidente, e foi inteligente. Já da parte do PT não houve até agora sinalização explícita a aliados que podem ampliar o arco de eventual aliança.
O movimento da direita prevê a entrada de Scalco no PL e já tem contatos avançados com outros partidos, como o PP de Alexandre Bortoluz (PP) – na foto, ao lado de Scalco em reunião da Comissão de Segurança e Proteção Social da Câmara, nesta quinta-feira. Scalco não vai sozinho. Vai gente que está no Novo, e o movimento de aterrissagem no futuro partido tem solavancos que causam desconforto – em especial no segmento do PL Mulher. Mas são movimentos feitos com antecipação, o que, se pode ser uma faca de dois gumes, costumam ser uma antecipação importante para arregimentação de forças, se bem executados. Scalco já adotou há tempos discurso com ênfase eleitoral na Câmara, criticando com desembaraço a atual administração, bem como já trabalha com uma série de alternativas para a vaga de vice. No arco da direita, são previsíveis ainda deslocamentos de mais políticos – e políticas – de outros partidos, também para o PL.
Enquanto isso, à esquerda e ao centro, os movimentos e articulações mais visíveis são tímidos visando a 2024.