A audiência pública sobre o futuro da Maesa realizada nesta sexta-feira (14), a primeira organizada pela prefeitura de Caxias do Sul, marcou a estreia do novo secretário de Parcerias Estratégicas, Matheus Neres da Rocha, na condução dos trabalhos. Esta segunda audiência — a primeira foi em 29 de março, organizada pela Frente Parlamentar A Maesa é Nossa — foi mais propositiva, sem embates ou xingamentos e com sugestões, apontamentos e questionamentos dos participantes, abordados na sequência pelo secretário Rocha.
Houve um clamor geral na audiência, presente em quase todas as 10 manifestações, pela extensão do prazo de consulta popular e debate. Porém, o secretário não assumiu esse compromisso.
— Não é o fato de a consulta pública encerrar dia 28 (de abril) que a gente vai encerrar o diálogo — disse, dando a entender que o governo não deve ampliar o período de consulta pública nem marcar novas audiências.
Inclusive, Rocha também falou uma frase que gerou burburinho grande:
— Não é a consulta pública que traz diálogo para o debate.
Não é mesmo. O formato é extremamente engessado e não permite confronto entre pontos de vista. Além disso, apesar de o secretário ter sido solícito, a prefeitura dá demonstrações de que segue fechada para alterações na essência da proposta de concessão patrocinada. O presidente da União das Associações de Bairros (UAB), Valdir Walter, que defende proposta alternativa para a gestão da Maesa, esteve presente. Ele não se manifestou, e saiu frustrado:
— Decepcionante. Isso, infelizmente, não é uma audiência pública — disse.
UAB e Associação Amigos da Maesa (AMaesa) detalham proposta de fundação pública de direito privado para a gestão da Maesa em audiência pública dia 18 de abril, organizada pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária, da Câmara.
A audiência durou duas horas. O prefeito Adiló Didomenico não foi. Pelo governo, falou a vice-prefeita Paula Ioris, que deixou a audiência uma hora depois de começar. Cerca 80 pessoas participaram.