A base do governo tinha a percepção de que a aprovação do projeto seria tranquila. Tanto que, se qualquer um dos ausentes votasse, o projeto seria aprovado. Mas há indicativos eloquentes de que faltou articulação:
– Ninguém sabia que precisava de 12 votos. Achava que a maioria dos vereadores era suficiente. Faltou habilidade. Ninguém se deu conta – disse Velocino Uez (PTB), que até o fim do ano legislativo anterior era o líder do governo.
Quem é o líder do governo?
O próprio Velocino diz que se manifestou na sessão em defesa do projeto como vereador, e não como líder do governo.
– Eu tenho dúvidas se sou o líder do governo ou não, se é estendida (a função) às extraordinárias de um novo ano legislativo. Me disseram que burocraticamente é visto assim (extensão da função). Mas eu não me manifestei como líder.
Ainda no ano passado, Velocino chegou a entregar o cargo de líder ao prefeito Adiló, mas permaneceu até o final do ano legislativo.
"Achei que as votações tinham acabado"
Já o vereador Ricardo Daneluz (PDT), que votou favoravelmente ao governo na primeira votação, do projeto de adequação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, e na segunda também, de projeto de emenda à Lei Orgânica, explicou assim sua ausência na última votação do dia, do projeto de readequação de cargos:
– Achei que as votações tinham acabado. Daí saí da sessão e perdi a última.
Vereadores em viagem
Felipe Gremelmaier (MDB) e Tatiane Frizzo (PSDB) foram os outros dois vereadores que, assim como Daneluz, ausentaram-se da votação do segundo e decisivo projeto depois de terem votado o primeiro.
– Estou em viagem e não conseguia mais conectar. Fiquei sem acesso. No que votei já foi difícil, inclusive só tinha voz, e com atraso – destacou Felipe.
– Estava no Rio de Janeiro. Em razão do voo e transporte, não consegui acompanhar até o final das votações – disse Tatiane.