O tempo passa rápido. Entramos na segunda semana do intervalo de quatro entre o primeiro e o segundo turno. O horário eleitoral gratuito para a Presidência já começou. A tensão vai aumentar muitos pontos, porque essa é uma eleição em que há uma distância percentual menor entre os dois candidatos do que a gaúcha e com uma polarização bem mais acirrada. O horário eleitoral, embora registre alfinetadas fortes, também reservou até agora espaço para “vender” os candidatos e até detalhar algumas propostas. As alfinetadas não diferem muito do que se viu em outras eleições. O que se vê, sim, é um fluxo imenso de conteúdo em redes sociais e nas mensagens de WhatsApp. Um bombardeio, com fake news pegando soltas.
É uma eleição muito disputada. A diferença entre Lula e Bolsonaro no primeiro turno foi de 6.187.159 votos. Considerados os votos válidos, faltaram a Lula 1.855.357 votos. A Bolsonaro, ficaram faltando 8.042.516. Esses são os parâmetros para o segundo turno. Os desafios dos candidatos consistem, para Lula, em não perder votos e buscar a diferença faltante, e para Bolsonaro, buscar retirar a diferença de 6,1 milhões. Devem estar atentos aos votos brancos, nulos e abstenções e aos votos frágeis do primeiro turno, que, nesse último caso, são menos devido à polarização, que faz as posições tenderem a ser mais arraigadas, isto é, menos suscetíveis a mudanças.
Regionalmente, o Nordeste é o grande desafio de Bolsonaro, que se tornou ainda mais agudo depois da derrapada do candidato ao associar a vitória esmagadora de Lula na região aos índices de analfabetismo em Estados do Nordeste. Para Lula, o desafio geográfico é o Sudeste, uma vez que Centro-Oeste e Sul são praticamente casos perdidos. Pelo menos o empate nos Estados do Sudeste já interessa ao petista, mas não é tarefa simples.
E ainda virão os debates cara a cara. São três semanas, mas há muito ainda por acontecer.