O pré-candidato do PSDB ao governo do Estado, Eduardo Leite, fez sua primeira visita a Caxias do Sul após o anúncio de que concorrerá a reeleição. Em seu roteiro, entraram locais e endereços que receberam aportes do governo do Estado: o Hospital Geral, que recebeu R$ 15 milhões para obras de ampliação, o Desvio do Rizzo, incluído no programa Pavimenta RS, e a Estação Férrea, que obteve recursos do Avançar Turismo. Acompanhado dos principais líderes do PSDB caxiense, visitou a RBS Caxias e a CIC (Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul). Nesta última agenda, o prefeito Adiló Didomenico, incorporou-se ao grupo. Confira o que disse Leite na visita à RBS.
Fazer “mea culpa” ou não fazer “mea culpa” do apoio a Jair Bolsonaro em 2018.
“Importante delinear a diferença: apoiar candidato não é fazer campanha ou pedir votos. Meu adversário (à época, José Ivo Sartori) fez. Eu declarei o voto e fiz a ressalva e as restrições com a diferença de entendimento sobre a forma como a política deve ser feita. Do outro lado, tinha uma candidatura que representava um dos maiores escândalos de corrupção, que havia promovido uma política econômica que tinha quebrado o país. Isso não significa compactuar com as ideias do Bolsonaro.”
Regime de Recuperação Fiscal
“Opositores adversários do regime disseram que o Estado não poderia mais contratar e que isso ia defasar o serviço público. Logo depois de homologado o plano, o Estado fez a contratação de 2,5 mil servidores. Talvez queiram confundir a população. Porque o regime nada mais é do que estabelecer disciplina fiscal com a necessidade de planejamento das despesas públicas por um período até 2019 supervisionado pela União, que é a nossa credora, uma conta de R$ 73 bilhões, que aceita que o Estado não pague R$ 19 bilhões nos próximos anos e alongue o pagamento até 2048, desde que o Estado comprove disciplina para o pagamento da dívida.”
Populismo fiscal
“É um dos fatores que mais me motiva a estar me apresentando novamente como candidato a governador. Ficou muito claro o quanto o populismo fiscal está presente tanto na esquerda quanto na direita. Os principais candidatos mais à direita e mais à esquerda se uniram no discurso contra o Regime de Recuperação Fiscal e o teto de gastos. Não querem respeitar o que é elementar no planejamento sob o ponto de vista financeiro: você só pode gastar aquilo que você arrecada.”
Banrisul
“O Estado precisa ter um banco público? Acredito que precisa ter um banco público. Precisa ter três bancos (Banrisul, Badesul e BRDE)? Não sei. É fundamental nas políticas de fomento e de desenvolvimento econômico ter um agente operador, um banco que seja aquele que opera as políticas de investimento com juros subsidiados, a ideia de um Estado que empresta dirnheiro para pequenos empreendedores, pequenos produtores? É interessante. É uma reflexão que deve ser feita com tranquilidade conclamando a sociedade, as entidades.”
Aliança com o MDB
O MDB tem uma história que a gente respeita, que torna tudo muito complexo. Eu respeito o desejo de ter vida própria. Eu sei bem o que é isso. O PSDB soube fazer a leitura de que não precisava pré-candidato à Presidência, mas sim reunir forças para dar uma contribuição fortalecida à expectativa de uma candidatura que se contraponha à polarização. Me proponho a liderar uma frente que represente um centro democrático para mantermos o RS na sobriedade, na moderação dentro dessa agenda com absoluta sinergia que têm MDB e PSDB. Aspiração legítima, está no tempo deles. Eu respeitarei a decisão.”
Vaga ao Senado
“Tem um fato novo, a candidatura definida no campo da esquerda (de Olívio Dutra, do PT), que parece estar mais sozinha dentro do seu campo do que o campo do centro para a direita. É uma eleição em um turno só. Essa definição vai exigir uma análise, uma estratégia conjunta se quisermos avançar com uma candidatura que melhor se conecte com nossa forma de pensar. Se não, com a fragmentação, poderá significar a eleição de uma candidatura à esquerda.”
Temor de golpe
“Temos instituições suficientemente maduras, mas tenho receio sim, de que haja tumulto, cenas semelhantes ao que se assistiu nos Estados Unidos, de invasão ao Congresso. Mas confio que temos instituições sólidas. Não há na sociedade suporte para esse rompimento.”