A situação do lixo e a discussão que se avizinha sobre a tarifa do transporte coletivo têm se tornado os principais assuntos em debate nas últimas sessões da Câmara de Vereadores. Na sessão de quarta-feira (13/10), o que monopolizou foi o lixo, que está ganhando proporções que escapam ao controle. O tema foi introduzido pelo vereador Clovis Xuxa (PTB), que alertou sobre os impactos trazidos pela reciclagem irregular, decorrente da crise social. Ele demonstrou preocupação com recicladores clandestinos, que recolhem o lixo e o armazenam de forma desordenada e ainda por cima descartam em via pública a parte dos resíduos que não interessa. Chegou a mencionar que esse tipo de recolhimento é feito “por até 10 pessoas” e ponderou que compreende a dificuldade, pois “buscam uma forma de sustento para as famílias”, mas destacou o impacto prejudicial para a Codeca e o meio ambiente.
Mas a situação do lixo preocupa sob diversos ângulos. A falta de coleta no feriado acabou por causar acúmulos ao redor dos contêineres (na foto acima), conforme matéria na edição de quarta-feira do Pioneiro.
— Eu fico pensando que cada vez mais nós temos as pessoas que vão coletar, que vão pegar especialmente o seletivo, e fica uma bagunça esse lixo, na frente da casa das pessoas. Então, eu entendo que o lixo é uma fonte de renda. Sou um defensor das reciclagens, mas a situação fica muito difícil em função desse não recolhimento justificado pelo feriado, unido ao fato desse lixo ficar bagunçado — destacou o vereador Lucas Caregnato (PT).
Segundo o petebista, cabe ao poder público atuar por meio de políticas que eduquem e conscientizem sobre o assunto. Para ele, é uma forma de evitar maiores problemas com o serviço de coleta e reciclagem regularizado e com os lixões da cidade. O tópico educação foi enfatizado por diversos outros vereadores como tarefa de casa para o poder público.
A situação do lixo em Caxias está se tornando uma bola de neve. Organizar a coleta e o reaproveitamento são um enorme desafio para a administração municipal.
"20% reaproveitados"
Há uma semana, a vereadora Denise Pessôa (PT) também havia abordado o assunto sob a ótica do incentivo à reciclagem. Observou que existem 12 associações conveniadas com a prefeitura, que deveriam receber todo o lixo reciclável, mas lamenta que isso não esteja ocorrendo.
— Quando levam, o que é reaproveitado corresponde à margem de 10% a 20% do lixo — destacou.
Também relatou que, dentro do contêiner seletivo, com frequência, há animais mortos. E que tem sido feita uma compactação excessiva do material seletivo, obrigando os recicladores até mesmo a utilizar picão para separar material em condições de reaproveitamento.
"Caxias nunca esteve tão suja"
A vereadora Tatiane Frizzo (PSDB) atestou o relato do vereador Clovis Xuxa sobre recolhimento clandestino.
— Esses dias na rua onde eu moro passou um caminhão comum recolhendo o nosso lixo seletivo. E a gente fica se perguntando, de fato, qual é o destino que será dado aos materiais que não serão reciclados. E a gente tem visto um acúmulo de lixões. Caxias nunca esteve tão suja, mas não posso deixar de dizer o quanto o prefeito Adiló (Didomenico) conhece dessa realidade — manifestou-se Tatiane.
O líder do governo, Olmir Cadore (PSDB), corroborou a situação:
— Tenho visto muitas situações irregulares, depreciantes até.