Nesta semana, a Vigilância Ambiental em Saúde de Caxias do Sul recolheu 69 pneus abandonados durante operação realizada nos bairros Mariani, Vila Lobos e Santos Dumont. Ao longo deste ano foram coletados cerca de 600 pneus nas ruas. Além da poluição, há a preocupação com o mosquito Aedes aegypti. Isso porque se os objetos estiverem expostos à chuva, podem se tornar criadouros do inseto causador da dengue.
Para evitar situações como essa, o gerente de Infraestrutura da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), Gilberto Almeida, afirma quais são os caminhos para o descarte correto de pneus. Um deles é na Central de Armazenamento de Pneus Inservíveis (Capi) da Codeca. Trata-se de um convênio entre a prefeitura de Caxias do Sul e a Codeca, com a Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos (Anip). O objetivo é proteger o meio ambiente, por meio da destinação adequada dos pneumáticos inservíveis. Ou seja, sem condições de rodagem ou de reforma.
O local de destino dos pneus está localizado na Codeca, que possui um ambiente especial para o armazenamento, que foi criado em 2005. A Capi recebe pneus usados, de bicicletas, motocicletas, carros, caminhonetes, caminhões e ônibus, além de empresas (revendas, borracharias, transportadoras, frotistas, etc). Para a destinação é preciso pagar o valor de R$ 1,65 por unidade, independente do tipo de pneu. A central possui licença de operação emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
— Temos o convênio com a Anip e, quando chegamos a um determinado número de pneus, acionamos eles e os pneus são coletados aqui na Codeca. Depois disso, são levados para uma estação de descarte e reaproveitamento — explica o gerente de Infraestrutura.
A quantidade de pneus recebidos no Capi muda conforme a época do ano. Próximo ao período de férias de verão, por exemplo, o número costuma aumentar. Durante a pandemia, as entregas diminuíram.
Outra opção de descarte é no local onde os pneus foram adquiridos. Almeida afirma que esta é a forma mais adotada pelas pessoas, que no momento da troca dos pneus deixam os antigos. Conforme resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos são obrigadas a coletar e dar destinação final, de acordo com normas ambientais, aos pneus inservíveis.
Além destas duas opções, há o Bota Fora promovido pela Codeca, que ocorre de forma setorizada, ou seja, por regiões, em determinados períodos do ano. Neste caso, a pessoa pode guardar os pneus em casa e descartá-los nos dias de ação. Hoje, o Bota-Fora está vinculado ao programa Luz, Cor e Flor da prefeitura e concentra-se no recolhimento de itens como móveis velhos, garrafas, pneus velhos e galhos de árvores. O último ocorreu no dia 21 de setembro, no bairro Planalto. As datas e horários da ação são divulgados com antecedência na página da prefeitura.
Importante destacar que o Conama proíbe a destinação final inadequada de pneus inservíveis, tais como a disposição em aterros sanitários, mar, rios, lagos ou riachos, terrenos baldios ou alagadiços e queima a céu aberto. Este material precisa ter um destino ambientalmente correto para não prejudicar o ecossistema.
Riscos do armazenamento e descarte incorretos
A Vigilância Ambiental em Saúde alerta a população para que siga os cuidados para evitar que pneus e quaisquer outros recipientes sejam deixados a céu aberto, já que o acúmulo de água parada serve de criadouro para o mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika vírus e febre chikungunya. Esses cuidados devem ser tomados o ano inteiro, pois embora a reprodução do inseto se intensifique nos meses mais quentes, os ovos do Aedes aegypti são resistentes. Conforme a vigilância, evitar o acúmulo de água parada é a principal medida de prevenção.
A orientação é que a comunidade faça a limpeza frequente e preventiva dos pátios de seus lares e receba as visitas dos agentes de endemias, que usam uniforme e crachá, e fazem visitas em diversas partes da cidade ao longo do ano. Só neste ano, já foram identificados em Caxias 180 focos do Aedes aegypti, enquanto em 2020 foram somente 27. Os órgãos de saúde salientam que é importante a colaboração de todos para eliminar a ameaça do mosquito.