É considerada alarmante a incidência da dengue em Caxias do Sul. De janeiro até agora, 179 focos do mosquito Aedes aegypti foram localizados no município. O último foi encontrado pela Vigilância Ambiental em Saúde, ligada à Secretaria Municipal da Saúde, no sábado (21). Em 2020, foram registrados 27 focos.
Embora os dados demonstrem crescimento ano a ano, o registro em 2021 está muito além do esperado, destacou Delvair Zortéa, médica veterinária da Vigilância Ambiental e Saúde da prefeitura, em entrevista ao Gaúcha Hoje, nesta sexta-feira (27). Segundo ela, mais de 200 pontos são monitorados a cada 15 dias, e o trabalho será intensificado em setembro com a aplicação de inseticida, a cada dois meses, especialmente em bairros onde há maior incidência, caso do Cruzeiro, com 43 focos registrados.
— A região do Cruzeiro, Bela Vista e São Luiz tem um terço dos nossos focos com relação aos demais bairros da cidade. A gente sabe que apesar de estarmos num período mais frio, logo, logo a gente entra num período ideal pra proliferação e aceleração do ciclo desse vetor. Então, a importância, mesmo nesse período de menores temperaturas, que as pessoas eliminem criadouros — pediu.
O aumento expressivo no número de focos pode estar associado, conforme Delvair, à pandemia. De acordo com a médica veterinária, com as restrições impostas pela covid-19, as visitas ficaram limitadas apenas à área externa dos imóveis.
— As pessoas, às vezes, não recebiam o agente, acredito que com essa preocupação da questão do covid-19. As pessoas acabaram se descuidando de outras doenças que podem estar ressurgindo na nossa cidade e, claro, a gente percebe a cada ano a adaptação muito rápida desse vetor à nossa temperatura e a gente ainda tem muitos recipientes nas nossas residências que são criadouros dele. Então, ele realmente se adaptou muito bem no nosso município e está se desenvolvendo de forma rápida — acrescentou.
Distribuição dos casos
- Um foco: Centro, Charqueadas, Cristo Redentor, Jardim do Shopping, Jardim Eldorado, Marechal Floriano, Mariani, Santa Fé, Santa Lúcia, Universitário, Vila Seca, Vinhedos
- Dois focos: Centenário, Desvio Rizzo/Jardim da Lagoa, Jardim América, Mariland, Pio X
- Três focos: Sagrada Família
- Quatro focos: Santa Lúcia Cohab
- Cinco focos: De Lazzer e Tijuca
- Seis focos: Charqueadas I e Petrópolis
- Sete focos: Charqueadas II e Nossa Senhora de Lourdes
- Oito focos: Bela vista
- Nove focos: São Cristóvão
- 10 focos: Reolon
- 11 focos: São Luiz da 6 ª Légua
- 13 focos: Colina Sorriso
- 20 focos: São José
- 43 focos: Cruzeiro
Orientações para evitar a proliferação
- Limpar com escovação semanal o recipiente de água dos animais domésticos.
- Recolher o lixo do pátio.
- Colocar o lixo ensacado para ser recolhido pela Codeca.
- Recolher pneus inservíveis e armazená-los em locais secos e protegidos da chuva ou encaminhá-los ao Ecoponto da Codeca.
- Tampar caixas d’água.
- Colocar telas milimétricas em caixas d’água descobertas, reservatórios de captação de água da chuva e nos ralos.
- Limpar as calhas.
- Semanalmente, lavar e escovar piscinas plásticas, trocando a água.
- Eliminar os pratinhos das plantas.
Fonte: Secretaria Municipal da Saúde.
Confira a seguir o áudio da entrevista: