Os movimentos eleitorais adquirem velocidade. Estão a todo vapor. Falta pouco mais de 11 meses para as eleições gerais de 2022. Mas estão longe de atrair a atenção da população, atônita com os problemas da vida real, com mais uma elevação do preço dos combustíveis, entre outras dificuldades.
Uma certeza o MDB tem, reafirmada após o encontro macrorregional do partido em Caxias do Sul: a sigla terá candidato ao governo do Estado. Do encontro de Caxias, saíram mais pistas do ex-governador José Ivo Sartori, praticamente definitivas, de que ele não pretende disputar o Piratini. Neste caso, como já havia antecipado o presidente estadual da legenda, o deputado federal Alceu Moreira, haverá prévias para a indicação do candidato ao governo. O próprio Alceu é um dos cotados, mas o nome do presidente da Assembleia, Gabriel Souza, circula com desenvoltura. Também circulam outras alternativas, mas, no momento, essas duas são as mais fortes.
O MDB, ou parte do partido, incluindo Alceu e Souza, quer uma definição sem perder tempo para trabalhar alianças. Ocorre que eventuais parcerias ainda não são consenso interno e, nesse caso, o partido poderia ir até com chapa própria para a disputa. Com isso, o caminho ficaria livre para Sartori disputar o Senado. Porém, em caso de aliança, terá de haver negociações, pois o MDB não abre mão da candidatura ao governo. Um conhecedor da cena emedebista diz que Sartori não vai querer impor nada, e que a possibilidade de aliança com partidos de centro e centro-direita é indispensável. A proximidade com o PSDB, estabelecida na Assembleia, é vista como um elemento importante.
— O único que ganhou sozinho foi o (Jair) Bolsonaro. No MDB, nós temos de ter coligação, se não nós não vamos a lugar nenhum.
Já no PSDB, o governador Eduardo Leite tem de encontrar espaço em sua agenda para as exigências e a disponibilidade para a disputa das prévias que vão definir o candidato do partido à Presidência. As tratativas eleitorais estão aceleradas nos partidos.
O fato é que, com realização de prévias, a preocupação das lideranças emedebistas se estabelece: a definição se protela. Com prévias, e são praticamente inevitáveis, elas não se incluem no calendário de 4 de dezembro, quando o partido realiza congresso estadual e esperava apresentar os nomes de seus candidatos aos filiados. Deve ficar tão só na apresentação do plano de governo.
O mesmo observador da cena emedebista faz um prognóstico de que essa eleição para o governo do Estado não será para amadores.
— As pessoas que estão pensando esta eleição, elas vão ter de gastar muita saliva até fazer uma composição. Nessa eleição, existe um respeito muito grande dos partidos de centro-direita um com o outro. Ninguém quer dar uma de gostoso.