Os vereadores Alexandre Bortoluz (PP), Adriano Bressan (PTB) e Sandro Fantinel (Patriota) protocolaram nesta quinta-feira (23/9) o projeto de lei nº 175/2021, que “garante aos estudantes do município de Caxias do Sul o direito ao aprendizado da Língua Portuguesa de acordo com as normas e orientações legais de ensino, na forma que menciona, bem como obriga o uso da Língua Portuguesa, nos mesmos termos, em toda a comunicação interna e externa e com a população em geral, realizada por parte da administração pública municipal, direta e indireta”. Na prática, o projeto quer barrar a chamada linguagem neutra em Caxias do Sul.
Na linguagem neutra, fala-se e escreve-se “todes” ou todx”, em vez de “todos” ou “todas”. É só um exemplo, a linguagem é bem mais ampla.
– Trata-se de verdadeiro delírio ideológico quando intentada sua imposição perante a sociedade – simplifica Bortoluz.
Na prática, a linguagem neutra é uma questão objetiva que busca trabalhar inclusão, pertencimento, reforço à igualdade e, assim, conter formas de discriminação. Busca alcançar a chamada comunidade não binária, que inclui quem não se enquadra nos gêneros tradicionais. A sociedade poderia avançar neste sentido, pois a linguagem neutra não tira pedaço e é inclusiva. Poderia encontrar um consenso maduro e uma regulamentação. Mas, no momento agudo que se vive, a simples menção configura-se em uma polêmica ideológica automática, que vem por aí na Câmara.
O ano passa, já estamos no fim de setembro, e os temas que enveredam pelo campo ideológico se sucedem no Legislativo caxiense. É improdutivo, pois a chance de entendimento é zero, e tais projetos geram uma bateção de boca cansativa e sem tréguas.