Ser uma cidade que responda à vocação para o turismo, para a qual nos estimulam nossa identidade cultural, a beleza dos cenários, especialmente do interior, e a diversidade empreendedora, exige múltiplas ações integradas e investimento. É preciso vontade política para alavancar o turismo, portanto. É preciso fortalecer a cultura do receptivo. Nossos restaurantes, por exemplo, fecham cedo, e a demanda turística aponta na outra direção. Eis uma contradição básica, que o município, suas lideranças e seus segmentos precisam resolver. Fechar cedo conspira contra a vocação turística.
Encerrou-se ontem a Semana Municipal do Turismo, com a participação do secretário Enio Martins na reunião almoço da CIC.
— Caxias do Sul precisa se vender o ano todo — pontuou ele.
Está correto. Só que, antes de se vender, é preciso organizar a oferta, que, generosamente, não é pouca. É preciso centralizar as informações sobre os atrativos, que precisam ser acessíveis ao visitante. É preciso explorar e ampliar possibilidades. E, antes de tudo, cuidar da cidade e fazê-la pulsar, permanentemente. Isso mesmo, o tempo todo.
Exemplos: uma cidade que se pretende turística não pode, em hipótese alguma, para começo de conversa, descuidar de seu centro histórico. Ele não pode parecer abandonado. Ele precisa ser bem cuidado, a começar pela Praça Dante, que precisa ter atrações e ser convidativa. Esse centro histórico não pode “fechar” a partir das 19h, como é hoje. Ele precisa pulsar e tornar-se polo de encontro e convivência.
O monumento Jesus Terceiro Milênio e a Réplica precisam ser atrações permanentes e consistentes. O monumento oferece uma vista magnífica da cidade, inclusive à noite, e pode ser explorado sob o ponto de vista cultural também. Não pode ter uma iluminação precária, como também é hoje. Exige investimento, portanto, com mais gastos em iluminação, estrutura, com escalas de servidores ampliadas. Vale o mesmo raciocínio para a Réplica. O espetáculo Som & Luz, que valoriza nossa história e identidade, precisa ser permanente. Demanda investimento, como se vê. Demanda vontade política.
É preciso, como primeiro passo, dar consistência e frequência aos atrativos. É o requisito básico. Só assim poderão ser vendidos.