O vereador Mauricio Marcon (ainda no Novo enquanto decorre prazo para recurso) é franco diante da expulsão do partido, punição que lhe foi aplicada pela Comissão de Ética Partidária:
— Ainda não sei o que vou fazer. Estou avaliando. Semana que vem eu decido. Mas já sei que não perco o mandato.
Marcon reiterou avaliação que o colunista publicou nesta sexta-feira: à parte as desinteligências havidas na relação com o comando nacional da sigla, especialmente com o fundador do Novo e ex-candidato à Presidência, João Amoêdo, ele sentia-se à vontade com a orientação partidária. E mais, revela que terá dificuldades em identificar uma nova sigla que o acolha:
— Não tenho alternativa — resume.
Marcon avalia recorrer da expulsão ao diretório nacional do Novo. Não gostaria de dar as costas ao partido. Ao mesmo tempo, sua permanência na sigla está inviabilizada também pela relação com o diretório estadual, que moveu ação contra ele na Comissão de Ética por críticas ao processo seletivo para o candidato do Novo à Presidência.
Um terceiro caminho seria permanecer sem partido. Neste caso, há reflexos legislativos. Marcon perderia na Câmara o espaço de manifestação de liderança, bem como ficaria sem assessoria, o que impacta diretamente em sua atuação. Ele não está inclinado a essa opção.
Novo em crise
Por ora, Marcon permanece inconformado pela expulsão motivada por críticas que ele entende normais à dinâmica interna de um partido. Sua expulsão explicita uma dissidência em relação à orientação do fundador e ex-candidato à Presidência João Amôedo que percorre outros espaços e instâncias partidárias.
Amôedo, por exemplo, sugeriu que os deputados, como o gaúcho Marcel van Hattem, que votaram a favor do voto impresso, procurassem outra sigla. Desta forma, o Novo, tido como novidade no cenário partidário nacional, passa por grande crise, está rachado, e as consequências são imprevisíveis.
Segundo Marcon, já há um processo de desfiliação em curso no Novo. Ele informou que, entre esta quinta e sexta-feira, houve cerca de 20 pedidos de desfiliações ao Novo em Caxias do Sul.
O que diz Scalco
O outro vereador do Novo em Caxias, Maurício Scalco, postou em uma rede social sobre a expulsão do colega Marcon. Se disse “surpreendido” com a notícia da expulsão.
“Reconheço e respeito as instâncias partidárias responsáveis por esta decisão, mas considero a pena excessiva e exagerada. Espero que ele recorra da punição e que o Diretório Nacional a reconsidere. De qualquer forma, independentemente do resultado final, seguirei atuando na defesa dos bons projetos para minha cidade. (...) Tenho certeza de que eu e o Marcon seguiremos juntos na defesa dos mesmos valores e princípios”, escreveu.
Marcon e Scalco formam uma bancada afinada.