Na explanação do pedido pela instalação da comissão da Escola sem Partido — rejeitado por maioria —, Sandro Fantinel (Patriota), que negou tom de ameaça de sua proposta, ameaçou expor vereadores que se posicionassem contrário ao seu pedido. Em seguida, Rafael Bueno subiu à tribuna e se manifestou em tom agressivo contra o vereador do Patriota.
— O senhor diz o seguinte aqui nesse requerimento... nem tinha lido porque é uma coisa sem tão interesse que eu nem ia perder o meu tempo de ler, eu já ia votar contra porque é um movimento que está inócuo no nosso país, mas o senhor diz o seguinte: O objetivo ao criar esta Comissão Temporária na área da Educação é acompanhar de forma legal os ensinamentos passados dentro das salas... Que formação que o senhor tem na área da educação? Que formação que o senhor tem na educação?
A fala incitou o bate-boca. Respondeu Fantinel:
— Eu vi o senhor falar em obras de colégios, disso e daquilo, o senhor é um tremendo incompetente em obras. Qual é a formação que o senhor tem em obras? O senhor é engenheiro? Eu tenho conhecimento em Engenharia. Eu vejo vários colegas aqui falar em obras, que tem que fazer obras, mas não são engenheiros, não têm o mínimo de conhecimento na área, mas vêm aqui e cobram. Por quê? Porque nós não fomos eleitos para vir nesta Casa aqui para nós discutirmos apenas aquilo que nós fomos formados.
Escalada
A inevitável escalada da discussão aconteceu. Fantinel cobrou "serviço" de Bueno:
— Aqueles que têm três, quatro, cinco mandatos e até agora de útil para a cidade não fizeram nada, aqueles eu estou dizendo, não todos, não fizeram nada, porque a única coisa que eles pagam é vir aqui e dar uma de querer dar show de moral nos outros, em vez de dar show de moral, mostre serviço, mostre serviço, mas serviço que traga solução para a cidade e não para uma única entidade.
Já Bueno rebateu chamando Fantinel de servente de obras do vereador Marcon, ao se referir à participação do parlamentar do Patriota nas ações de tapa-buraco realizada por um grupo da Câmara nas rodovias da região:
— Vereador Marcon, o senhor é um ótimo líder, o senhor é um ótimo chefe porque o vereador que me antecedeu aqui é um ótimo servente de obras. Não consegue construir nada, ele é servente, é um peão de obra. (...) Falou e saiu do plenário, o senhor (a Fantinel) é acostumado a sair e fugir do plenário. Volta aqui, vereador! Isso, volta aqui, ali no seu lugarzinho, sentadinho no seu lugar ali, sentadinho no seu lugar. (...) O senhor vai acabar, vereador, morrendo, sabe aonde? No próprio ego, servente de obras do vereador Marcon.
A troca de acusações na sessão acabou sendo mais um episódio para simbolizar umas das principais críticas à atual legislatura, a da recorrente "pessoalização" de discussões no plenário e das constantes trocas de provocações pouco construtivas. O tema em votação, entretanto, já antecipava o fatídico.