O presidente da Frente Parlamentar de Combate às Intolerâncias da Câmara de Caxias, vereador Lucas Caregnato (PT), publicou nota e video manifestando repúdio por áudio que circula em redes sociais contendo ameaças a comunidades religiosas de matriz africana de Caxias. A mensagem menciona a Ku-Klux-Klan, movimento norte-amercicano surgido no século 19 de ideais supremacistas brancos, promotor de ataques também contra a comunidade negra.
O ex-presidente da Associação de Moradores do Jardim América, Rogério Garcia, admitiu autoria do áudio. Na mensagem, ele reclama de indícios de oferendas em praça do bairro Jardim América, ao lado da delegacia da Polícia Civil.
"Vou pegar esses demônios aí, vou enforcar tudo e botar fogo lá na praça… isso aí só a Ku-Klux-Klan mesmo né, ou chamar, ressuscitar o Bin Laden lá e largar uma bomba em cima deles”, diz trecho do áudio.
Ao Pioneiro, Garcia disse que teria feito a declaração em tom de brincadeira e pediu desculpas pelo ocorrido.
— Fui infeliz na brincadeira e já me desculpei. Quem me conhece sabe que esse é o meu jeito de falar. Não sou contra a religião e nem sou racista. Minha nora é negra, minha esposa é afro. Se eu fosse fazer algo parecido com o que eu disse no áudio, teria que começar pela minha família.
Ele disse que reconhece que utilizou termos inadequados e que se arrepende de ter enviado o áudio. E afirmou também que acredita que a repercussão que o caso ganhou é em razão do cargo político que ele ocupou na prefeitura.
O áudio foi enviado ontem no grupo de moradores do bairro Jardim América, que possui em torno de 70 pessoas, entre moradores, vereadores e policiais.
Garcia é filiado ao PSB e exerceu cargo de diretor de sinalização viária nos governos de Alceu Barbosa Velho (PDT) e Flávio Cassina (PTB).
Na nota de repúdio, Caregnato defende: "O Brasil é legalmente um país laico, é o que preconiza a Constituição Federal e outras legislações, que preveem o livre exercício da fé por todas as religiões".
O presidente da frente também informa intenção em tomar medidas jurídicas e legais contra a manifestação.