Os municípios devem agir com muita prudência neste momento em que recebem do Governo do Estado a prerrogativa de adequar protocolos e flexibilizações a suas regiões. Os indicadores da pandemia não demonstram recuo. Pelo contrário. E agora o município de Vacaria, por exemplo, precisa restringir a circulação entre 22h e 6h. A mudança de discurso tornou-se evidente em entrevista do presidente da Amesne (Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste) e prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin. Em entrevista à Gaúcha Serra na manhã de ontem, afirmou que as flexibilizações são "extremamente perigosas". Em entrevista ao Pioneiro há duas semanas, ele apregoava que "não tem mais condições de fechar" (as atividades), depois de superado o período de bandeira preta. A ênfase mudou.
— O que a gente tem que fazer é vacinar a população o mais rápido possível. Enquanto isso não acontecer, todos esses movimentos de abrandar, de flexibilização, a gente anda junto e paralelo com o agravamento da crise. A gente tem que andar de uma forma equilibrada. As flexibilizações, elas são extremamente perigosas — disse Feltrin.
O presidente da Amesne ainda confirmou que os indicadores não apontam para um recuo:
— Nós estamos em um momento delicado, em que a gente vê os números subindo.
A prudência é recomendada até em defesa da economia, para evitar a armadilha que municípios e atividade econômica caíram inúmeras vezes na pandemia: flexibiliza e tem de recuar depois, quando os índices de contágio avançam. A prudência é a postura mais inteligente.
"É preocupante"
Ainda assim, o movimento nas ruas das principais cidades da região tem sido frenético:
— É preocupante de ver as aglomerações que estão ocorrendo nos finais de semana, no Dia das Mães e neste (último) fim de semana — detectou Feltrin.
Esse ponto, os administradores ainda não se deram conta, ou pelo menos, preferem não se dar conta. A população não vai para as ruas de graça. Ela recebe estímulos e atrativos poderosos com a flexibilização maior das atividades.