A amostra é pequena, 15 casos de contaminação por covid-19 em escolas municipais de Caxias nos primeiros dias de aulas presenciais, 12 deles na Arnaldo Ballvé, no bairro Santa Lúcia. Mas é o que basta para confirmar que o ambiente escolar favorece o contágio. A secretária da Educação de Caxias do Sul, Sandra Negrini, diz que "há evidências muito limitadas de que a escola tenha papel transmissor", mas no ambiente escolar se dá circulação de pessoas, que até podem ter adquirido o vírus em outros locais e ambientes, mas se encontram na escola. São professores, funcionários, alunos, pais, fornecedores, prestadores de serviço. Não por acaso, uma escola, a Arnaldo Ballvê, reuniu 12 casos positivos. Seria uma coincidência espantosa todos eles serem importados ao ambiente escolar, e até que ocorra a detecção de cada um, a circulação em colégios se dará sem o controle.
Ainda que os protocolos de segurança sanitária sejam aplicados com rigor, há muitas variáveis que podem escapar ao controle. Aglomeração de pais em portões para deixar os filhos, contato entre crianças, toques e compartilhamento de materiais e equipamentos, proximidade inevitável entre servidores, fragilidade da estrutura física em algumas das escolas, e ainda há as condições ambientais adversas, como a necessidade de manter o ambiente ventilado em dias frios.
Os casos iniciais, mesmo que percentualmente pequenos dentro do universo, são o bastante para elevar o nível de preocupação dos professores, o que é absolutamente compreensível. Os primeiros casos sinalizam para o que era previsível, que aulas presenciais em momento de índices da pandemia ainda altos são uma temeridade. O número elevado de positivações se dá em apenas uma das escolas. Mas alcança pessoas expostas ao contágio, que têm todo o direito de se preocupar.