Qualquer um pode ter diferenças políticas com o prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Mas terá de reconhecer sua preciosa contribuição à vida política. Seu falecimento neste domingo comoveu o país. Bruno Covas foi um bravo, um lutador. Mesmo enfrentando uma doença terrível, um câncer no aparelho intestinal, não abandonou o front. Até o início deste mês, há duas semanas, esteve à frente da prefeitura. Pediu licença por 30 dias, com a intenção de retornar. Mas seu quadro se agravou.
Neto de Mário Covas, um dos políticos mais sérios que este país já teve, Bruno Covas era da mesma estirpe. Teve a quem puxar. Ele descobriu a doença em outubro de 2019 e, mesmo assim, seguiu administrando a capital paulista, cujo mandato concluía o de João Doria (PSDB), de quem fora vice-prefeito, para o tucano disputar o governo paulista. E em outubro passado, os paulistanos o reconduziram à prefeitura.
Bruno Covas deixa um enorme legado para valorização da atividade política do país. É a prova de que bons políticos existem, em um momento em que a atividade política é desprestigiada sempre que possível, e isso interessa politicamente a determinada vertente de políticos. Não caia na conversa de que todos os políticos são iguais. Não é verdade. Covas prova que não é assim.
Somente pelo exercício da boa política conseguiremos soluções para o problema do país. Bruno Covas esteve na linha de frente até o fim.