Em temporada de enchentes, como as que assolaram diversos rios e cidades da Serra, a ordem de quem é alcançado pelas águas é salvar as vidas e o que for possível das casas. Nas moradias, em geral, há animais de estimação, que podem ficar para trás, mas os resgates desses bichos são um capítulo à parte. Nas enchentes do início deste mês, pelo menos três cachorros foram retirados das águas de dois rios da região, o Carreiro e o Antas. Nos três casos, os animais resgatados estavam sem dono.
Em Cotiporã, Nair Storti, 49, ficou sem a casa, que ela viu desabar no dia 8 de julho, levada pela força das águas do Rio das Antas. Mas, em meio aos estragos, ao desespero e à preocupação de salvar o que era possível, ela e a família conseguiram resgatar dois cães abandonados, também levados pelas águas, e que por pouco não morreram afogados. Foram retirados da área alagada com um caiaque e viraram mascotes. Agora se chamam Tuca (a poodle branca da foto) e Branco (o cão malhado), ambos trocando afagos com Dona Nair, em agradecimento.
Dois dias depois, foi a vez de outro cão ficar ilhado nas pedras, em meio à correnteza forte, este no Rio Carreiro, na localidade de Santa Gema, em Navegantes, município de Paraí. Os bombeiros de Veranópolis foram acionados por um morador chamado Marcelo Augusto. Após o salvamento, ele se solidarizou com o animal, levando-o para atendimento veterinário.
O cachorro foi acolhido pela ONG Cantinho da Adoção. Segundo informações da ONG, ele ainda não foi adotado e encontra-se acolhido em um lar temporário, recebendo a assistência necessária. E recebeu um nome: Noé, por ter sido enconrado no meio de tanta água.
Em ambos os casos, houve final feliz, com resgate e salvamento para os três animais: Tuca, Branco e Noé.