A água do Arroio Tega tornou-se preta duas vezes esta semana, como mostra a foto, feita na altura da ponte da Rua Luiz Covolan, próximo ao Enxutão: durante o domingo passado e também na quinta-feira. Não se trata de água turva, mas sim de água preta mesmo. Coincidentemente, nos dois dias, choveu. É frequente a prática de despejos industriais em dias de chuva, quando o volume das águas aumenta. Nos demais dias, o Tega convive com a espuma branca.
A constatação, portanto, é que, mesmo em tempos de combate ao coronavírus, o Tega, principal arroio que corta a cidade, segue recebendo despejos, sem parar. O Tega é um personagem quase anônimo da cidade. Silencioso, não recebe a importância que merece. A cidade segue a vida, e o Tega costuma passar despercebido. Esses anos todos, não há um plano de controle à poluição industrial nos mananciais da cidade.
Caxias do Sul investiu muito, e fez bem, na condução do esgoto doméstico diretamente para estações de tratamento. Porém, os despejos industriais seguem sem controle. É um desperdício, portanto, limpar os arroios do esgoto doméstico, mas não dos resíduos industriais.
Pobre Tega.