O coronavírus chegou e popularizou o termo no vocabulário das pessoas. Trata-se um grupo de vírus da família Coronaviridae, cujas partículas são esféricas decoradas com projeções que partem da superfície, criando uma imagem que se parece como uma coroa solar. A palavra corona vem do latim e significa coroa.
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Mas antes do coronavírus, a palavra corona já era popular e bastante conhecida em Caxias por causa da Santa Corona, igreja em torno da qual surgiu o bairro do mesmo nome. Victor e Corona foram dois mártires cristãos. Há diversas versões sobre as mortes de ambos. De acordo com a Wikipedia e também com o portal português Aleteia, a maioria das fontes diz que foram mortos em Damasco, na Síria, que estava sob domínio romano. O ano do martírio teria sido 170 d.C., durante o reinado de Marco Aurélio, por ordem de um juiz romano chamado Sebastian.
Há duas coincidências em torno de Santa Corona, registra o Aleteia. A basílica da cidade de Anzu, na Itália, que está bem no centro da pandemia do coronavírus, guarda as relíquias de São Victor e Santa Corona desde o Século 9. Mais surpreendente ainda, o Aleteia informa que Santa Corona é considerada uma santa de intercessão contra as pandemias.
A lenda de Victor e Corona
O roteiro da história de Victor e Corona é tratado como lenda, segundo o Aleteia. Consta que os romanos descobriram que Victor era cristão e levaram-no ao juiz, que imprimiu a Victor sérios castigos. Amarrado a um pilar, foi chicoteado severamente.
Perto dele, circulava uma adolescente de 16 anos, chamada Corona, esposa de um dos soldados, e que também era cristã. Também era conhecida como Stefania ou Stephana, uma tradução para o grego do nome latino, que significa "coroa".
Corona se compadeceu e decidiu que precisava ajudar o homem. Logo foi levada pelos soldados a Sebastian, que mandou prendê-la e que fosse torturada. Teria sido amarrada no topo de duas palmeiras e, ao sinal de Sebastian, as cordas que seguravam as árvores foram cortadas e as palmeiras afastaram-se uma da outra.
Assim, o corpo de Corona foi destroçado. Então, Sebastian ordenou que Victor fosse decapitado. Não por acaso, em Caxias, os bairros Santa Corona e São Victor são próximos.
São Victor e Santa Corona são santos pré-congregação, o que significa que foram reconhecidos pela igreja antes da padronização dos processos de canonização.
Comunidade de 140 anos
A Igreja de Santa Corona, na zona sul da cidade, é uma das 11 comunidades que integram a Paróquia dos Santos Apóstolos, coordenada pelos padres Camilo Pauletti e Mateus Boldori. Padre Camilo diz que a Igreja de Santa Corona tem "pelo menos 140 anos":
— São Romédio foi a primeira comunidade. Logo em seguida veio Santa Corona. Os primeiros italianos que vieram traziam alguma devoção a um santo que lhes era mais familiar, para que pudessem fazer interseções aos santos. No caso de Santa Corona, a comunidade também é devota a São João Nepomuceno. Assim foi dado o nome à comunidade — explica.
Ele não tem conhecimento sobre a vocação de Santa Corona de "intercessão contra as pandemias".
— Talvez porque nunca tenhamos tido uma pandemia por aqui. Todo ano, em agosto, fazemos uma bênção de intercessão contras intempéries e tempestades, por ser uma igreja que acolhe agricultores da região — destaca.