Esta é uma pequena história de uma cachorrinha de sete meses que perdeu a vida esta semana, mas que deixa ensinamentos. Pérola foi atropelada por um caminhão da Codeca na Rua Avelino Antonio Paza, uma rua sem saída no loteamento Charqueadas, em Caxias, e sua morte evidencia uma situação em que o cuidado em administrar uma ocorrência desse tipo pode minorar a perda.
Pérola ficava no pátio de uma residência com seus pais, Lobo e Cristal. Ela tem acesso à rua, e estava sujeita, portanto, a um acidente. Iomara Camargo, dona dos cachorros, conta que o atropelamento se deu entre 16h40min e 17h de segunda-feira (22), mas só ficou sabendo na quarta-feira, quando foi informada por um morador. Até lá, estabeleceu-se uma procura por Pérola, que havia sido recolhida pelo caminhão da Codeca.
"Faz parte de uma família"
Foi uma tragédia doméstica pontual, que atinge uma família, dessas tragédias que não devem ser subestimadas nem descuidadas, e sim tratadas com atenção e acompanhamento.
Iomara ficou incomodada e indignada com a falta de informação, ainda mais porque, segundo ela, seu esposo estava em casa.
— Podiam ter batido na porta, deixado alguma informação. Esse tempo todo ficamos procurando por ela (Pérola), em agonia, porque não voltava para casa. Não nos deram oportunidade de enterrá-la. É um desleixo com os bichos. É mais um cachorro (atropelado), mas é um cachorro que faz parte de uma família — desabafa a moradora.
"Um morador autorizou"
Iomara conta que encaminhou protocolo no CAC (central de atendimento ao cidadão) da Codeca para pedir apuração e explicação sobre o que ocorreu. Também fez registro na Polícia Civil.
A companhia, por meio de nota assinada pelo gerente operacional Ricardo Becker, confirma o acidente e o recolhimento do cão: "Os coletores realizavam a coleta manual, monte a monte, quando estavam sendo seguidos pelos cães daquela rua. O motorista não viu o animal embaixo do caminhão e acabou atropelando. Neste instante, a equipe interrompeu os trabalhos e procurou pelo dono, mas não o encontrou. Um dos moradores que estava no local autorizou o recolhimento."
Na sexta-feira à tarde, Iomara conta que a supervisora de coleta, Neusa Valiati, tomou a iniciativa de um contato por telefone com a família.
É uma providência importante.
Do triste fim da cachorrinha Pérola, ficam duas indicações: animais de estimação com acesso à rua ficam expostos; uma empresa que presta serviço público pode e deve se esmerar na atenção, buscando localizar os moradores para informá-los e solidarizar-se com eles. Fica mais humano assim.