O secretário de Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer, será duramente cobrado na reunião-almoço desta segunda-feira, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul.
Os índices da violência seguem alarmantes. Foram 150 homicídios em 2016, um recorde histórico. A tradução na prática deste dado estatístico: houve um assassinato a cada 58 horas e 34 minutos no ano passado. Este ano, com 29 crimes até as 16h de domingo, a situação mantém-se praticamente inalterada: há um homicídio a cada 58 horas e 28 minutos. Entre eles, os latrocínios que se repetem periodicamente, causando inconformidade na população e a cobrança às autoridades a quem compete oferecer respostas. Como o secretário Schirmer.
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A comunidade sabe da penúria do Estado. Na área da segurança, ela se traduz em efetivo reduzido, não pagamento de horas extras e salários parcelados. Aos comandos das corporações, resta racionalizar a escassez, e então ficam áreas e ruas descobertas. Em reunião da Comissão Especial para o Enfrentamento da Violência, da Câmara, há uma semana, o comandante do 12º Batalhão de Policiamento Militar, major Jorge Emerson Ribas, afirmou:
– A Brigada Militar conta com menos da metade do efetivo previsto em lei. Nós tínhamos mais efetivo na década de 90 do que temos hoje. Na atual situação, os policiais não podem ficar apenas nos núcleos comunitários – referiu-se, deixando explícita a consequência para um dos programas que ainda goza de alguma credibilidade entre a população, o Policiamento Comunitário.
O que incomoda a população é a passividade do governo. Isto é, a falta de iniciativa para encontrar alternativas e respostas capazes de inibir um pouco a violência.
Como policiar as ruas
Não pode haver ilusões quanto à capacidade do governo em oferecer as respostas tradicionais. O governo negocia neste momento com o governo federal um ajuste fiscal para ficar três anos sem pagar a dívida com a União, o regime de recuperação fiscal, que envolve contrapartidas como não contratar e não reajustar salários.
Nestas condições, não há como equacionar o pagamento da dívida em melhores condições com o policiamento nas ruas. Por isso, cresce o clamor pela capacidade de oferecer outras respostas.O Exército nas ruas, medida que deve ser encarada como um analgésico para o paciente, torna-se uma alternativa quase óbvia. Mas precisa ser implementada.