A jornalista Juliana Bevilaqua colabora com a colunista Babiana Mugnol, titular deste espaço
Ficou dentro da média a safra do pêssego na Serra neste ano, encerrada na semana passada. A expectativa era de uma colheita de 60 milhões de quilos, o que se confirmou, segundo o engenheiro agrônomo do escritório regional da Emater, Enio Ângelo Todeschini.
Segundo ele, as geadas tardias até ajudaram em alguns casos, onde não havia sido feito o raleio: frutas caíram do pé por causa do fenômeno e acabaram ajudando no desenvolvimento das que permaneceram na planta. Na safra anterior, Todeschini conta que nem todos os produtores conseguiram retirar o excesso de carga de cada pé e o pêssego ficou "fino", perdendo valor de mercado.
— Neste ano, tivemos uma safra excelente com ótimo calibre (tamanho da fruta), coloração e sabor — disse o agrônomo nesta segunda-feira (16) durante entrevista à Rádio Gaúcha Serra.
Uva atrasada, mas de excelente qualidade
A colheita da uva, no entanto, impactada pelo frio na fase do florescimento, entre setembro e outubro, teve grande redução no potencial produtivo, especialmente as variedades Niágara rosada, Bordô e Isabel. Essas duas últimas são as principais produzidas na Serra, sendo que apenas a Bordô tem 12 mil hectares de área plantada na região.
Como a maturação da uva está atrasada, justamente por causa do frio ter durado mais tempo em 2022, a safra que normalmente termina no final de março, pode se estender. Apesar disso, a qualidade da fruta é excepcional, conforme o engenheiro agrônomo da Emater. O teor de açúcar e a sanidade são considerados ótimos:
— As tardias, como Moscato e Cabernet, podem compensar essa deficiência (a baixa na produtividade de outras variedades).