Uma das safras da uva de maior apreensão dos últimos anos chega ao fim com melhores perspectivas do que as projetadas no início do ano. Com a estiagem que atingiu várias culturas no Rio Grande do Sul, a quebra de safra já era esperada, mas o balanço das maiores cooperativas da Serra, que já encerraram o recebimento das frutas, mostra que houve redução em relação à vindima passada, mas o resultado ficou dentro da média dos últimos anos. O que ficou acima da média foi a qualidade da uva, comparada à safras históricas, como a de 2020.
Entre as cooperativas que já divulgaram o balanço da safra 2022 está a Garibaldi. A vindima chegou ao fim após 68 dias de trabalho. Os associados entregaram as últimas cargas de uva, especialmente tintas de variedades viníferas, destinadas à elaboração de vinhos finos, e brancas para espumantes Moscatel, no dia 18 de março, encerrando oficialmente o recebimento da fruta.
A Vinícola Garibaldi contabilizou a entrada de 26,2 milhões de quilos. O montante representa redução de quase 15% em relação à vindima passada em que cabe destacar que ela foi considerada a maior última década, com colheita 30,8 milhões de quilos. Com isso, a safra de 2022 se manteve acima da média regular dos últimos cinco anos, que na cooperativa ficou na casa dos 22 milhões de quilos.
A estiagem, um temor inicial na pré-safra por conta da expectativa de grande quebra, acabou prejudicando apenas áreas localizadas de cultivo, determinando redução menor do que a projetada. Se a seca foi prejudicial para as plantações em terrenos onde a videira tinha uma raiz mais superficial, ela teve efeito contrário nas demais lavouras, sendo benéfica para a maturação do fruto.
— Colhemos uvas de excelente qualidade — vibra o enólogo-chefe da vinícola, Ricardo Morari.
A Cooperativa Nova Aliança, de Flores da Cunha, também já encerrou sua safra. A vinícola recebeu 39,5 milhões de quilos de uvas, um volume 20% inferior ao ano passado. A colheita de 2021 também foi considerada a maior da história da Nova Aliança. A cooperativa de Flores da Cunha destacou ainda a qualidade superior das uvas recebidas em relação ao ano passado.
A maior cooperativa da região, em termos de volume de uva recebida, a Aurora tem previsão de concluir sua safra nesta semana. A estimativa, em fevereiro, era de fechar a Vindima deste ano com cerca de 65 milhões de quilos. A tendência é que a projeção se confirme, mas o balanço consolidado só sairá quando a vinícola receber toda a carga prevista para este ano. Se os números se mantiverem, a redução de volume será de 27% na comparação com o ano passado, que chegou ao número recorde de 90 milhões de quilos colhidos. Em relação à qualidade da colheita na Aurora, ela vem sendo comparada a de 2020, uma das melhores da história na região da Serra.