Com dificuldades financeiras desde que o mercado da construção civil sofreu seu primeiro revés a partir de 2014 e depois de tentar a fusão em busca de recuperação, as incorporadoras Censi e Fisa protagonizam um novo capítulo após a parada de obras e redução de equipes. O movimento mais recente da direção foi pedir tempo a fornecedores e clientes para apresentar uma nova reestruturação societária e empresarial na busca de dar continuidade aos empreendimentos lançados em Caxias do Sul, Gramado e Porto Alegre. A previsão, segundo a companhia, é de concluir o processo até o final do primeiro trimestre.
Segundo Sheyla Wortmann, diretora administrativa-financeira da Fisa e Censi, em dezembro de 2020 houve a intenção de fazer uma cisão, mas a opção escolhida não se demonstrou efetiva e a empresa optou por uma outra reestruturação que será anunciada. Sheyla também afirma que não existe pedido de recuperação judicial.
Sobre as obras, ela diz que a intenção é concluir todas e viabilizar os lançamentos já anunciados. O MedVie, complexo médico na Rua Visconde de Pelotas, está com os trabalhos interrompidos. No ano passado, chegou a ser feito o lançamento de um novo residencial, o Poème, na área da antiga Chácara dos Eberle, mas a diretora das incorporadoras disse que nenhuma unidade chegou a ser comercializada.
— Fisa e Censi já vinham em situação complicada desde 2014. Fizeram a tentativa de união para reverter, o que acabou não se demonstrando uma boa saída. Agora é preciso resolver a situação. Elas não terão novos projetos de incorporação enquanto os atuais não forem concluídos ou dado encaminhamento sólido — aponta Sheyla, sem detalhar o plano para isso.
Ao ser questionada sobre parcerias com outras empresas para a conclusão da obra, a representante das incorporadoras disse que ainda é preciso concluir o plano de reestruturação para apontar o que será feito.