A jornalista Juliana Bevilaqua colabora com a colunista Babiana Mugnol, titular deste espaço
Os valores recuperados até agora pelo Feirão Limpa Nome em Caxias já superam os do mesmo período do ano passado. Desde o início de outubro, quando começou a campanha para renegociação de dívidas no balcão do SPC, R$ 1.049.700,00 foram resgatados. Entre outubro e dezembro de 2020, o valor recuperado foi de R$ 940.610,01.
O aumento pode ser atribuído, conforme Rita Pereira, coordenadora de SPC e Cobrança da CDL Caxias, à flexibilidade dos associados. Alguns estabelecimentos oferecem, por exemplo, o retorno em mercadoria de parte do valor renegociado. Os descontos também estão bem "agressivos", segundo ela.
— Muitas pessoas têm nos procurado para regularizar a situação com instituições de ensino, porque já começa o período de matrículas. Essas empresas têm dado descontos de até 70% — acrescenta.
A expectativa é de que os números mudem até 3 de janeiro, término do feirão, porque a tendência é de que as pessoas aproveitem o 13º salário e o valor referente a férias para quitar as dívidas e começar o ano com o nome limpo na praça.
O consumidor que deseja pagar seus débitos pode ir diretamente no balcão de atendimento do SPC, junto à CDL (Rua Sinimbu, 1.415, esquina com Alfredo Chaves), das 8h às 18h, sem fechar ao meio-dia. Para as pessoas interessadas em verificar se o seu nome está negativado, também é possível fazer uma consulta gratuita através do aplicativo "SPC Consumidor", inserindo o CPF.
146 mil inadimplentes em Caxias
Até novembro, o número de inadimplentes em Caxias era de 146.266. O crescimento de pessoas em débito na cidade representa 7,16%. O valor médio das dívidas é de R$ 3,7 mil. Conforme o coordenador de Tecnologia Informação e Inovação da CDL Caxias, Cleber Figueredo, o cenário de crescimento já era esperado por causa de fatores como a inflação.
A tendência é de redução a partir de janeiro e fevereiro já que há uma injeção de dinheiro na economia neste final de ano. O uso de 13º salário e férias para zerar as dívidas é uma escolha bem pessoal, pondera Figueredo. Ele aconselha fazer colocar as contas em uma planilha e fazer projeções de médio prazo.
— Precisa ver se não vai faltar para comprar comida no próximo mês e vai precisar de crédito. Também precisa ver para quem está devendo. Se eu não pagar o banco, a dívida pode aumentar em 50%. É preciso tentar equilibrar — orienta.
Taxa Selic
A elevação da taxa básica de juros (Selic) anunciada nesta quarta-feira (8) pelo Banco Central (BC) de 7,75% para 9,25% ao ano deve refletir no acesso ao crédito, porém, Cleber Figueredo não acredita que impacte em contrato já existentes.
— Pode impactar ainda neste ano, mas em contratos novos, que estão para serem fechados — destaca o coordenador, acrescentando que a mudança na taxa atinge o perfil médio dos consumidores, que usam cartão de crédito e cheque especial.