A Randon Tech Solutions - RTS Industry, unidade de aceleração e desenvolvimento de automação das Empresas Randon, está em operação desde o início deste ano, mas a intenção era ter um evento oficial de inauguração no mês de março. Com a situação pandêmica atual, a apresentação oficial da mais nova unidade das Empresas Randon não foi feita como o planejado, mas os movimentos seguem se intensificando. O mais recente foi, em fevereiro, com a aquisição da Auttom, de Caxias do Sul, que atua no segmento de soluções tecnológicas em automação e robótica industrial. Com isso, a companhia consolida os planos de dar um salto histórico de robotização, tanto da porta para dentro da empresa, quanto para atender ao mercado.
Para se ter uma ideia do investimento que está sendo feito, desde o início da robotização das Empresas Randon nos anos 1990, 90 robôs foram incorporados às indústrias do grupo. Com a compra de 254 robôs Kuka/ABB, adquiridos com o encerramento das operações da Ford no ano passado, além de equipamentos para linha de montagem completa de caminhões e suspensão, e um sistema de medição de precisão em 3D, a projeção é quase dobrar a automação da companhia já no primeiro ano de atividades da RTS Industry.
De acordo com Bernardo Soares, diretor de excelência operacional das Empresas Randon que responde pela unidade RTS, a previsão é de implementar, somente neste ano, 40 projetos de incorporação de equipamentos e execução de células de produção e automação dentro do grupo. Outros 60 projetos estão previstos para o ano que vem.
_ Nós vamos fazer 30 anos em três _ projeta diretor da unidade recém-inaugurada.
Há projetos em praticamente todas as empresas, mas Randon Implementos e Fras-le, as maiores do grupo, têm mais demanda. Nos primeiros meses de atividades, já foram entregues nove projetos de automação e outros cinco estão em fase de implementação. Para citar exemplos dos avanços, foi feita uma linha completa automatizada para reservatórios de ar da Randon implementos, linhas de soldagem para a Suspensys, além de linha multiuso ferroviário para ser usada tanto em Caxias quanto na fábrica em Araraquara (SP).
Uma fábrica de soluções
“Um grande laboratório de tecnologia industrial”. É assim que Bernardo Soares, diretor de excelência operacional das Empresas Randon, define a nova unidade que vai construir toda a tecnologia industrial das 24 fábricas do grupo. E, com a aquisição da Auttom, também atender da porta para fora.
A nova empresa foi constituída em outubro de 2020, com investimento inicial de cerca de R$ 20 milhões, incluindo a compra dos robôs e toda e estruturação dos cerca de 4 mil metros quadrados de área da unidade, que fica também no sítio do bairro Interlagos em Caxias. Outros R$ 16 milhões foram investidos na compra de 80% da Auttom, que envolve a divisão de automação da companhia.
_Eu costumo dizer que ali estão os professores pardais das empresas Randon. É um laboratório do ponto de vista de conhecimento, mas é também uma fábrica de soluções_ descreve Soares.
A sede da RTS conta um parque de usinagem com sete centros de usinagem, além de áreas de fabricação mecânica, elétrica, de montagem de dispositivos, w de células. O diretor ressalta, no entanto, que a unidade não é uma empresa de produção, mas uma empresa de projetos.
Veículos autônomos e processos conectados
Entre os projetos que a RTS está trabalhando para os próximos meses está o desenvolvendo de um AGV (do termo inglês Automated Guided Vehicle) próprio da Randon. O veículo guiado automaticamente deve ser utilizado para o fazer movimentação dentro das fábricas. A previsão é de que o dispositivo autônomo possa entrar em funcionamento até a metade deste ano. Também estão nos planos das unidades algumas tecnologias embarcadas nas soluções da indústria 4.0, deixando as empresas do grupo preparadas para conexões que ampliem a visibilidade dos dados de todas as fábricas. Além destes projetos internos, na Auttom, o destaque é o desenvolvimento de uma solução para carga e descarga automáticas de carretas, por exemplo.
Centro de treinamento próprio
A chegada da RTS também representa um salto de mão de obra qualificada no mercado. Atualmente, ele está com 60 pessoas, entre engenheiros, técnicos e pessoas com formação de alta capacidade. Além disso, há outros 60 profissionais que passaram a atuar na Randon com a aquisição da Auttom.
Segundo o diretor da companhia, a intenção é expandir os negócios e melhorar a qualidade dos empregos:
_ As pessoas vão passar a atuar de uma forma mais tecnológica, agregando mais valor ao trabalho. Queremos fazer mais com a quantidade de pessoas que nós temos.
Com uma unidade voltada a ampliar a automação industrial, a revolução no mercado de trabalho também vai exigir esforços de qualificação por parte da empresa. Segundo Soares, está sendo montado um centro de treinamento no próprio RTS. Robôs já foram doados para o programa Qualificar, mantido pelo grupo. E também estão sendo feitas outras parcerias com entidades de ensino para contribuir para a formação de pessoas na região.