Um dos principais termômetros da safra da uva na Serra costuma ser o movimento das vinícolas que congregam as colheitas de muitos produtores associados. As três maiores cooperativas da região estimam crescimento entre 15% e 25% maior na vindima deste ano. O recebimento de variedades mais precoces já começou e a colheita vai se intensificando a partir de agora, com o volume mais expressivo a partir da segunda quinzena deste mês e de fevereiro.
A maior cooperativa em volume de produção e associados é a Aurora. Historicamente, a produção da vinícola representa entre 10% e 15% da safra gaúcha, a maior do país. Em 2020, a Aurora colheu 61,9 milhões de quilos de uva para processamento, representando 12,25% da safra no Rio Grande do Sul, que é de 504,9 milhões de quilos. Para esta temporada, a expectativa é colher cerca de 15% a mais, chegando a aproximadamente 70 milhões de quilos de uvas dos 1,1 mil associados. A cooperativa está recebendo agora pouco volume de Chardonnay e Pinot Noir de locais onde a uva atinge seu ponto de maturação mais precoce.
Com sede em uma das cidades com a maior produção de vinhos de mesa do país, a Cooperativa Nova Aliança de Flores da Cunha prevê que a safra 2021 seja em torno de 10% a 15% maior do que a de 2020. Além da quantidade, o vice-presidente da cooperativa, Joel Panizzon, destaca também a expectativa de alta qualidade assim como foi no ano passado. Em 2020, a vinícola recebeu 34 milhões de quilos de uvas dos seus 700 associados.
A Cooperativa Vinícola Garibaldi é a que prevê o maior crescimento percentual desta colheita, estimada em 25 milhões de quilos. O volume representa cerca de 25% a mais do colhido na safra passada e deve render o envase de cerca de 20 milhões de litros incluindo sucos, espumantes e vinhos. Além das condições climáticas, a colheita mais farta em 2021 encontra explicação nos investimentos da cooperativa. Nos últimos anos, novas áreas de vinhedos ganharam cultivo pelos associados e, agora, estão iniciando seus ciclos produtivos. Mais de 40 variedades serão entregues na vinícola. Para a elaboração dos espumantes, as principais cepas são de Moscato, o Prosecco, Trebbiano, Chardonnay, Riesling e Pinot Noir, que juntas chegam a 30% do total das uvas recebidas.