O agravamento do cenário de inadimplência tem como pano de fundo a crise financeira, a falta de planejamento e o desemprego. Sim, ninguém contesta. Mas há outro componente determinante quando fala-se do descontrole financeiro das famílias (e das empresas): os juros abusivos, que impedem que os trabalhadores consigam quitar suas dívidas em atraso.
As taxas exorbitantes, aliadas à falta de perspectiva sobre o futuro, justificam o fato de 46% dos brasileiros ouvidos pelo SPC alegarem não ter condições de quitar as contas pendentes nos próximos três meses. O leitor Claudio Biasio escreve à coluna para colaborar com o assunto.
– O pior é que jamais os bancos, que cobram juros brutais, são mencionados para tentar amenizar essa situação – critica.
O representante comercial resgata um artigo de sua autoria para ampliar a discussão:
“Nos últimos anos, o sistema bancário brasileiro auferiu lucros que representam o dobro da média mundial. São absurdos índices como 15% ao mês no cheque especial e até mais nos cartões de crédito. É preciso considerar que esses lucros exorbitantes do sistema bancário brasileiro são alimentados em larga escala e, em última análise, pelo rombo nas contas do Tesouro Nacional. Eles ampliam a crise econômica, atrasam qualquer perspectiva de superação dela, prolongando a recessão, o desemprego e a falência de centenas de empresas.”
Em Caxias, são 73 mil pessoas inadimplentes, envolvendo dívidas de mais de R$ 70 milhões no SPC da cidade. Se você está devendo e não consegue honrar com as pendências, busque os credores e renegocie as taxas de juros, sob risco de a dívida ficar em proporções impagáveis.
Taxas alarmantes
Caixa-Forte: Juros abusivos agravam cenário de inadimplência
Em Caxias, são 73 mil pessoas inadimplentes. Se você é uma delas, busque os credores e renegocie as taxas, sob o risco de a dívida ficar impagável
Silvana Toazza
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